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Catarata: o que devo saber

publicado em 18 Ago. 2019

A catarata é uma opacificação do cristalino, uma lente natural do olho localizada atrás da pupila e que, em condições normais, é transparente e permite a passagem dos raios luminosos até à retina, de forma a obter-se uma imagem nítida.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a catarata é responsável por quase 50% dos casos de cegueira no mundo. Estima-se que acometa cerca de 170.000 portugueses, sendo que 6 em cada 10 pessoas com idade superior a 60 anos apresentam sinais da doença.

 

O seu aparecimento está comummente associado ao envelhecimento inevitável das estruturas oculares (catarata senil), sendo habitualmente bilateral (embora possa evoluir a ritmos diferentes em cada olho). No entanto, também pode estar associada a alterações metabólicas decorrentes de doenças sistémicas (ex.: diabetes), oculares (ex.: uveíte), tabagismo, fármacos (ex. corticoides) ou trauma ocular.

 

O sintoma mais frequente é a diminuição da visão e a sensação de enevoamento. Outros sintomas possíveis são: alteração da visão das cores, presença de halos em torno das luzes, dificuldade na visão noturna ou necessidade de mudar frequentemente de óculos. O diagnóstico é feito de forma simples durante uma consulta de oftalmologia.

 

O tratamento da catarata é cirúrgico, sendo a facoemulsificação a técnica mais atual – a qual está disponível no Trofa Saúde Hospital em Gaia.

 

Durante a cirurgia a catarata é fragmentada por ultrassons e aspirada, sendo substituída por uma lente intraocular artificial, feita de material compatível com o olho de forma a permanecer toda a vida.

 

A lente intraocular ideal é calculada para cada pessoa e existem diversos tipos de lentes, nomeadamente: monofocais (que permitem visão para longe, com necessidade de óculos para ver ao perto), multifocais (que permitem visão a diferentes distâncias sem óculos), podendo ser tóricas (para correção de astigmatismo).

 

A cirurgia é realizada em ambulatório (o que significa que no final vai para casa), é feita com anestesia local (gotas) e, na maioria dos casos, a recuperação visual é rápida, podendo ser limitada pela presença de outras doenças oculares (córnea, retina, nervo ótico).

 

Anteriormente à facoemulsificação era habitual aguardar que a catarata “se tornasse madura”, uma vez que o procedimento era mais invasivo, a recuperação prolongada e com maiores riscos. Atualmente, dada a segurança e eficácia da técnica, esse paradigma mudou e a cirurgia de catarata tende a realizar-se mais precocemente, evitando-se que a catarata chegue a um estado avançado em que a sua rigidez dificulta a sua aspiração, aumentando o risco de complicações cirúrgicas e tempo de recuperação pós-operatório.

 

Uma vez removida, a catarata não voltará mais. O que pode acontecer é um processo de fibrose na membrana que suporta a lente intraocular, que opacificando pode prejudicar a visão. Nesses casos, é recomendado um procedimento denominado de capsulotomia por Yag LASER, sem necessidade de bloco operatório e indolor, encontrando-se igualmente disponível no Trofa Saúde Hospital em Gaia.

 

Fontes:
• Programa Nacional para a Saúde Visão, Direcção Geral da Saúde, 2008
• The National Eye Institute, Cataract what you should know
• World Health Organization, Priority eye diseases, Cataract