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Polimedicação no idoso

publicado em 31 Dez. 2018

A polimedicação define- se habitualmente como o uso de múltiplos fármacos por um doente. O número mínimo de medicamentos necessários para definir a polimedicação é variável, geralmente entre 5 e 10 medicamentos. Embora a polimedicação se refira mais frequentemente aos fármacos de prescrição médica, é importante considerar também os medicamentos de venda livre, suplementos e produtos de ervanária.

 

A polimedicação é um problema, particularmente na população idosa, com 65 anos ou mais de idade. As patologias crónicas associadas ao envelhecimento, como por exemplo a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, a dislipidemia, patologia degenerativa osteoarticular, a doença pulmonar obstrutiva crónica, a fibrilação auricular e a demência potenciam a polimedicação, com consequente aumento do risco de efeitos adversos, interações medicamentosas e hospitalização.

 

Os idosos correm maior risco de efeitos adversos devido às alterações metabólicas e à diminuição da eliminação do fármaco associada ao envelhecimento. Por outro lado, a polimedicação aumenta a possibilidade de prescrição em cascata. Esta ocorre quando um efeito adverso a um determinado medicamento é confundido com um novo sintoma e conduz à prescrição de um novo fármaco. Além disso, a toma de múltiplos medicamentos pode levar a problemas de adesão, principalmente no indivíduo idoso com compromisso visual ou cognitivo.

 

Com o aumento crescente da população idosa, é um desafio cada vez maior para os médicos que se empenham em tratar estes doentes gerir múltiplas comorbilidades e a polimedicação.

 

O Internista, médico de Medicina Interna, conhecido pela sua abordagem holística do doente, tem um papel fundamental no tratamento e seguimento do doente idoso. A sua abordagem implica uma revisão periódica da medicação habitual, a suspensão de fármacos desnecessários, considerando medicamentos alternativos mais seguros, usando a menor dose possível sem perda de eficácia, e a inclusão de todos os fármacos benéficos à situação clínica do doente.

 

Da próxima vez que tiver uma consulta médica, não se esqueça de levar toda a sua medicação, incluindo os de venda livre, suplementos e produtos de ervanário. Não se iniba de questionar o seu médico sobre a indicação e necessidade de manter os seus medicamentos. E informe o seu médico sobre qualquer sintoma que esteja a sentir e que considere estar relacionado com algum medicamento.