A Organização Mundial da Saúde define autocuidado como sendo a “capacidade de uma pessoa promover a saúde, prevenir doenças e gerir problemas de saúde, com ou sem o apoio de profissionais de saúde”.
Esta definição alerta-nos, desde logo, para o facto de que o autocuidado é muito mais do que uma simples escolha, tal como seguir uma determinada trend, isto é, uma nova tendência. Cuidar de si próprio envolve escolhas conscientes que promovam, de forma sustentável, o bem-estar físico, emocional e social.
Pensar em autocuidado é colocar o seu “Eu” no centro dos seus cuidados e, como tal, isto não significa que estejamos a ser egoístas. Pelo contrário, ao privilegiarmos o autocuidado, tornamo-nos assim mais capazes de cuidar e ajudar os outros.
É também fundamental salientar que as necessidades de autocuidado variam de pessoa para pessoa, bem como em diferentes momentos da nossa vida. Mais concretamente, podemos ter dias em que sentimos necessidade de investir mais em nós e no nosso bem-estar biopsicossocial, e outros em que esse cuidado é mais breve.
Mesmo quando o nosso tempo é curto — determinado, em grande parte, pela sobrecarga profissional e familiar — é aí que devemos procurar estar mais atentos e ser mais exigentes conosco próprios, no sentido de investir ainda mais em estratégias de autocuidado. Estas podem ajudar-nos a gerir melhor as nossas necessidades emocionais, psicológicas e físicas.
Reservar tempo para cuidar de nós é algo que devemos fazer regularmente, devendo ser um hábito e um pilar fundamental da nossa vida
De forma geral, uma boa rotina de autocuidado ajuda a: reduzir os sintomas associados a problemas de saúde mental, como a ansiedade e a depressão, diminuir o risco de adoecer, melhorar o humor, prevenir o burnout; e baixar os níveis de stress.
Mas de que forma podemos investir ainda mais no autocuidado?
- Faça uma lista de todas as atividades que o fazem sentir-se bem, relaxado e feliz.
- Reserve um momento do seu dia, todos os dias, para se dedicar a essas atividades, de modo a que se tornem uma rotina e não sejam prejudicadas por outras prioridades ou tarefas.
- Invista nas suas relações. Alimente relações positivas com familiares e amigos — estas podem aumentar a felicidade, a saúde e a qualidade de vida.
- Fale sobre como se sente. Falar sobre os seus sentimentos pode diminuir o stress e contribuir para que se sinta melhor. Se se sentir ansioso, stressado ou sobrecarregado, experimente partilhar esses sentimentos com familiares e/ou amigos.
- Procure equilibrar a vida pessoal e profissional — ambas as dimensões são importantes para o seu bem-estar.
- Faça escolhas saudáveis. Opte por uma alimentação equilibrada, pratique atividade física regular e mantenha bons hábitos de sono.
- Por último, peça ajuda. Se os seus sentimentos de ansiedade e inquietação forem excessivos e persistentes, se se sentir completamente sobrecarregado ou incapaz de realizar a sua rotina diária, procure a ajuda de um Psicólogo.
“Quando já não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós próprios.” (Viktor Frankl)