Skip to main content

A insónia tem cura? Como voltar a ter um sono reparador

publicado em 02 Jan. 2025

O que é a insónia?

A insónia define-se pela dificuldade em iniciar o sono, pela dificuldade em mantê-lo ou pela presença de despertares matinais precoces que diminuem a satisfação com a qualidade ou quantidade de sono. Se estas queixas se mantiverem por um período superior a 3 meses pode considerar-se uma insónia crónica.

 

O número de pessoas a sofrer com insónia tem aumentado globalmente e Portugal não é exceção. Um estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina do Sono indicou que aproximadamente 1 em cada 4 adultos portugueses reportam dificuldades em dormir. Estas queixas podem relacionar-se com o trabalho por turnos, afetando entre 20% a 30% dos trabalhadores em Portugal, principalmente nos setores da saúde, transportes e serviços.

Porque é importante ter um sono reparador?

A insónia tem um impacto profundo na saúde. A falta de um sono de qualidade compromete a concentração, a produtividade laboral e o sucesso escolar. Também pode ser causa de irritabilidade, cansaço fácil, conflitos sociais e pode ser um fator negativo em segurança rodoviária. Além disso, tem um impacto cardiovascular importante, aumentando o risco de doenças como hipertensão arterial, Diabetes Melitus e as suas complicações.

 

Existem várias causas conhecidas para a insónia: é importante excluir a presença de doenças de saúde mental, como a ansiedade e depressão; excluir o consumo de substâncias, como o álcool; excluir erros de higiene do sono, como o uso de ecrãs ou televisão, ter um horário irregular para deitar ou fazer refeições pesadas perto da hora de dormir.

Como tratar a insónia?

A verdade é que uma boa rotina do sono é essencial para uma noite de qualidade e é preciso perceber o ritmo do sono de cada doente.

 

Assim, o tratamento da insónia não deve ser desvalorizado. A maioria dos distúrbios do sono é evitável ou tratável, mas menos de um em cada três doentes procura ajuda profissional. Por outro lado, a insónia e o seu tratamento com fármacos é um dos maiores causadores de abuso medicamentoso e dependência, particularmente das benzodiazepinas (“calmantes”). Estes fármacos têm o risco já conhecido de aumentar queixas como tonturas, quedas e um possível impacto na memória, pelo que o seu uso prolongado deve ser ponderado, particularmente em doentes de idade mais avançada ou frágeis.

 

Por isso, é importante a avaliação individual e o acompanhamento médico da insónia. Desta forma, pode-se iniciar a correção de hábitos de preparação para o sono que é a base do tratamento e pode-se fazer uma prescrição correta e consciente de fármacos, de forma a evitar o uso prolongado e os riscos da dependência farmacológica.