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A Primavera e a alergia ocular

publicado em 24 Abr. 2021

O início da Primavera é, para muitos, sinónimo de bom tempo e atividades ao ar livre. Para outros, no entanto, significa a chegada das temidas alergias.

 

Estima-se que cerca de 30% da população sofram de alergias. As mais habituais são as que afetam a pele e o aparelho respiratório, mas é certo que os olhos também podem ser atingidos.

 

A conjuntivite alérgica é a forma mais frequente de alergia ocular. Os dois principais tipos de conjuntivite alérgica são a sazonal (frequentemente associada aos pólenes e ocorre, tipicamente, na Primavera) e a perene (por exposição prolongada durante todo o ano a ácaros ou pelo de animais).

 

A queratoconjuntivite vernal é um subtipo mais grave, que atinge predominantemente as crianças. Os sintomas destas conjuntivites são: o olho vermelho, ardor, prurido, lacrimejo, fotofobia, pele inchada e enrugada. Geralmente, os sintomas afetam os dois olhos.

 

A conjuntivite alérgica associa-se, com frequência à rinite alérgica, a qual se carateriza por prurido, espirros, obstrução nasal e rinorreia.

 

Para o diagnóstico das alergias subjacentes recorremos aos testes cutâneos por picada, com os alergénios suscetíveis de causarem alergias (ácaros, pólenes, pelo de animais e fungos). Em alguns casos pode ser necessário fazer este estudo através de análises sanguíneas.

 

Com a identificação dos alergénios causadores da alergia deverão ser dadas informações acerca da forma de minimizar o contacto com esses alergénios.

 

O tratamento do episódio agudo deverá ser feito com lágrimas artificiais, anti-inflamatórios não esteroides e anti-histamínicos tópicos, sob conselho do médico oftalmologista. Em casos mais graves pode ser necessário o recurso a corticoides ou imunossupressores tópicos. Quando necessário, pode haver indicação para tratamento crónico. Quando existe, a rinite alérgica associada deverá ser tratada com anti-histamínicos orais e com a aplicação de corticoides tópicos nasais.

 

Em casos selecionados, o tratamento com vacinas antialérgicas poderá ser útil. É de extrema importância uma vigilância regular em consulta de oftalmologia, já que o hábito de coçar, muito frequente em quem tem conjuntivites alérgicas, está associado ao aparecimento de uma doença da córnea – o queratocone.