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A psoríase não tem cura, mas pode ser controlada

publicado em 29 Out. 2022

Não é uma doença infeciosa. Pelo contrário, já foram identificadas mutações genéticas que aumentam o risco de desenvolver esta patologia. Consequentemente, familiares de doentes com psoríase têm maior probabilidade de desenvolver esta doença.

A psoríase é uma doença de pele muito comum. Pode aparecer em qualquer idade, embora seja mais habitual nas faixas etárias dos 20 aos 30 anos e dos 50 aos 60 anos.

Habitualmente atinge o couro cabeludo, cotovelos, região lombar, abdómen e joelhos. Outras localizações menos habituais são as mãos e os pés, as unhas, as axilas, região inframamária, virilhas e região genital. Caracteriza-se por placas de cor vermelha, com descamação branca aderente, e que por vezes dão prurido.

Não é uma doença infeciosa. Pelo contrário, já foram identificadas mutações genéticas que aumentam o risco de desenvolver esta patologia. Consequentemente, familiares de doentes com psoríase têm maior probabilidade de desenvolver esta doença. Há outros fatores que levam ao aparecimento/agravamento da psoríase: stress, toma de certos fármacos, infeções, traumas induzidos à pele.

 

A psoríase também pode atingir as articulações, mesmo na ausência de lesões na pele – a chamada artrite psoriática. Uma psoríase mal controlada também aumenta o risco cardiovascular do doente. Pelo prurido, repercussão na autoimagem do doente, atingimento articular ou cardiovascular, a psoríase deve ser tratada. Como foi referido no título, não se trata de curar definitivamente a psoríase, mas sim ajustar a medicação de maneira que o doente se apresente (quase) sem lesões.

 

Felizmente, o dermatologista dispõe de vários fármacos para controlar a doença. Para aplicação tópica existem corticoides, análogos da vitamina D, inibidores da calcineurina, em diversas formulações, dependendo da área corporal afetada (solução, gel, creme ou pomada). Caso estes fármacos sejam insuficientes ou inadequados, existem medicamentos orais, como o metotrexato, ciclosporina ou a acitretina. Existem ainda fármacos injetáveis (comumente chamados de “biológicos”), que são usados em situações de maior gravidade ou especificidade.

 

Existem várias opções terapêuticas disponíveis, cada uma com vantagens e desvantagens, perfis de segurança diferentes e adequadas para as diferentes apresentações da doença. Durante a consulta, o dermatologista irá avaliar qual o fármaco que melhor se adequa à situação concreta do doente. Poderá ser necessária a realização de análises prévias para exclusão de qualquer contraindicação (avaliação da função renal, hepática, colesterol e triglicerídeos, etc…), bem como análises durante o tratamento, para monitorização de efeitos secundários. A melhoria a nível cutâneo e articular começa a ser notória antes dos 3 meses.

 

Em conclusão, atualmente os doentes com psoríase não devem conformar-se com a sua doença. Apesar de (ainda) não existir cura, é uma doença que, com a devida avaliação médica, consegue ser controlada. Consulte o seu dermatologista!