A Obesidade como Doença
A obesidade é uma doença crónica e complexa, caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que pode afetar a saúde física e mental a curto e longo prazo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um problema de saúde pública global, aumentando o risco de doenças metabólicas, cardiovasculares e alguns tipos de cancro. Nos últimos anos, a sua prevalência tem aumentado de forma alarmante, tornando-se um tema cada vez mais discutido na sociedade e na comunidade científica.
Objetivos do tratamento da obesidade
Os objetivos do tratamento devem ser individualizados. Cada pessoa tem a sua própria meta, seja ela estética, o aumento da capacidade física ou a melhoria da saúde. No entanto, o principal objetivo do médico deve ser sempre a promoção da saúde física e psicológica do doente, reduzindo o risco de doenças futuras associadas ao excesso de gordura.
É também fundamental relembrar que, ao falar sobre o tratamento da obesidade, devemos focar-nos na saúde e na redução da gordura corporal, e não apenas na perda de peso. Embora a perda de peso seja um fator relevante, a sua valorização excessiva, assim como a relação do doente com a balança e a ansiedade que isso pode provocar, podem levar a frustrações e até à desistência do tratamento.
Além disso, é importante compreender que a perda de peso não ocorre sempre à mesma velocidade e que oscilações ocasionais no peso não significam, necessariamente, que não está a haver uma redução da massa gorda ou um aumento da massa muscular, ambos essenciais para a melhoria da composição corporal e da saúde geral
Reganho de peso após tratamento
Existem vários tratamentos para a obesidade, que incluem a alteração dos estilos de vida (como a prática de exercício físico, uma alimentação equilibrada e a adoção de hábitos saudáveis), assim como opções de tratamento farmacológico, cirúrgico ou endoscópico.
Apesar dos avanços constantes na abordagem à obesidade, é comum conhecermos familiares, amigos ou colegas que, após um tratamento bem-sucedido, acabam por recuperar parte do peso perdido, mesmo mantendo uma alimentação saudável e praticando exercício regularmente.
Isto acontece porque a gordura, especialmente a visceral, tem a capacidade de influenciar o metabolismo, ajustando a perceção do corpo sobre o que considera ser o seu peso “normal”. Assim, após uma perda de peso significativa, o organismo tenta recuperar esse peso, como uma forma de adaptação natural.
Compreendendo este fenómeno, torna-se claro que um doente com excesso de peso deve ser acompanhado ao longo da vida, mesmo após o tratamento, para prevenir ganhos de peso excessivos e reduzir o risco de doenças associadas à obesidade.