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A sexualidade e as doença crónicas

publicado em 09 Dez. 2024

Sabe-se que os doentes crónicos que mantêm uma vida sexual satisfatória, têm uma melhor adaptação à doença e apresentam melhores níveis de qualidade de vida.

 

É, portanto, essencial incluir a saúde sexual como parte da saúde global, numa abordagem que considere características individuais, do casal, da família, da comunidade – e é neste contexto que pode contar com a Medicina Geral e Familiar.

Quais são as doenças crónicas mais comuns?

Na Europa, as doenças crónicas de maior prevalência, são a doença cardíaca, o cancro, a doença respiratória, a diabetes e a doença mental.

 

E em Portugal, um estudo de 2015 feito entre os 25 e os 74 anos, concluiu que cerca de 4 milhões de pessoas tinham pelo menos uma doença crónica. A doença crónica foi mais frequente nas mulheres e entre os 65-74 anos. Nos homens, as doenças crónicas mais frequentes foram hipertensão, colesterol elevado e diabetes. Nas mulheres, as mais referidas foram hipertensão, colesterol elevado, artrose e depressão. Mas não nos podemos esquecer que algumas pessoas nascem já com uma doença crónica ou recebem o diagnóstico ainda na infância.

 

Pessoas com doenças crónicas passam por exames regulares, vivenciam mudanças radicais nas condições de vida, restrições de tempo, regimes medicamentosos rigorosos, mudanças nas relações sociais, afastamento por desconforto ou problemas no trabalho. A pessoa tem de integrar a doença na sua vida, e não tornar a doença a própria vida. Por isso, é impensável não reconhecer que a sexualidade deve ser considerada.

Quais são então as consequências?

As pessoas com doenças crónicas têm 2-6 vezes mais probabilidade de terem disfunções sexuais – a interferir no desempenho sexual, nos relacionamentos íntimos e nas interações com parceiros. As próprias disfunções sexuais podem ser o principal problema, porque diminuem a autoestima e pioram os relacionamentos.

 

Por exemplo, a disfunção erétil, pelo baixo fluxo de sangue, está associado a doenças cardiovasculares e é também um alerta de maior risco de enfartes e AVC’s.

Como é que vamos falar sobre a saúde sexual?

  1. Aumentar a comunicação aberta e de confiança, num ambiente privado, calmo e descontraído, com desconstrução de dúvidas e mitos;
  2. Questionar ativamente, de forma gradual, sobre dificuldades sexuais em diferentes doenças crónicas;
  3. Estratégias para recuperar uma sexualidade gratificante;
  4. Encontrar sequelas e tratamentos para melhorar a qualidade de vida e sexualidade.