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Ansiedade e depressão, uma dupla que compromete a nossa qualidade de vida

publicado em 09 Ago. 2019

A Ansiedade e Depressão são limitadoras e andam muitas vezes de mãos dadas, sendo até difícil por vezes isolar cada uma.

 

Segundo um estudo efetuado pela Organização Mundial de Saúde em 2017, a prevalência mundial do transtorno de Ansiedade era de 3,6 %, ou seja, afetava cerca de 264 milhões de indivíduos. Os dados para a Depressão são superiores, acumulando um total de mais de 300 milhões de indivíduos em todo o mundo. Estas estatísticas refletem a dinâmica da sociedade moderna: a competitividade excessiva e desmesurada, os baixos salários, as exigências económicas, as exigências familiares, entre outras, fazem com que o cidadão acumule responsabilidades e papéis que representam uma carga enormíssima para a sua saúde mental. Nos locais de trabalho, os timings exigem concentração; em casa, a família exige tempo. As relações afetivas desenham-se volúveis, pouco se acredita no outro, as pontes são frágeis, o egocentrismo toma conta de nós, enrolando-nos e simultaneamente enrolando os que nos rodeiam, pensa-se em si, a capacidade de empatia esvanece-se e com ela a possibilidade de partilhar afetos. Sobretudo nos locais de trabalho, é “cada um por si”. Todos estes fatores concorrem para um caldo emocional frágil, laboratório para a depressão, ansiedade e stress, traduzindo-se muitas vezes em angústia, preocupação constante, falta de prazer nas atividades rotineiras, sentimentos de auto desvalorização e de impotência, descrença no futuro, alterações do sono e do apetite, sofridos muitas vezes em silêncio.

 

É preciso voltar a acreditar, e com ajuda profissional é possível. Combinando uma série de técnicas adaptáveis às capacidades e realidades de cada um, desde a psicoterapia cognitiva à psicodinâmica, passando pelo mindfulness, promove-se o melhor de cada um, no sentido de potenciar o bem estar, a qualidade e a prevenção de recaída. A saúde mental é o nosso maior capital – sem ela, tudo o resto se torna fútil porque não é vivido em pleno, depende de cada um forçar-se a ser melhor, iniciando muitas vezes essa caminhada com a procura de psicoterapia.

 

Estudos recentes efetuados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) demonstram um elevado consumo de ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos, localizando Portugal acima da média dos países desta organização no consumo de ansiolíticos. É necessário trabalhar paralelamente a terapia medicamentosa, acreditando que cada indivíduo tem nele e com ele o poder para ser mais – mais feliz, mais realizado, mais humano, mais empático e, simultaneamente, melhor pai, melhor mãe, melhor filho, melhor colega, melhor cidadão).

 

O que nos move é dar um pequeno contributo para esse somatório.