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Ansiedade generalizada: o lugar das preocupações

publicado em 26 Mai. 2023

A preocupação permite-nos antecipar a resolução de um determinado problema. De forma caraterística, a solução é apresentada e a decisão é realizada. Nestas circunstâncias, a preocupação tem utilidade e torna-se bastante satisfatória na gestão de situações quotidianas.

 

Por outro lado, quando as preocupações se tornam excessivas e potencializam a experiência de mal-estar, a capacidade de agir pode ficar comprometida. A emoção tipicamente associada a esta experiência é a ansiedade.

 

Posto isto, a preocupação é percecionada como um processo inerente à ansiedade e, consequentemente, a medos reais e/ou imaginados. Quando a preocupação se torna intensa, frequente, dificilmente controlada e compromete o modo de funcionar habitual, podemos estar perante indicadores de uma Perturbação de Ansiedade Generalizada (PAG).

 

As características principais da Perturbação de Ansiedade Generalizada são ansiedade e preocupação persistentes e excessivas. O que distingue uma preocupação funcional, de uma preocupação prejudicial é a dificuldade na sua gestão em diversos âmbitos de vida (ex., desempenho no trabalho e no âmbito escolar, família, amizades, saúde física, finanças, entre outros temas).

 

Um exemplo típico, que ilustra o conteúdo dos pensamentos que induz a preocupação exagerada, são as questões iniciadas por “e se…?”. Estas perguntas caracterizam-se pela sua componente aberta e abstrata. Por sua vez, o foco da atenção é mantido em cenários hipotéticos, com perspetiva do futuro, aos quais se torna complexo atribuir respostas ou soluções concretas.

 

Para além das cognições, também se manifestam sintomas somáticos associados a esta condição como, por exemplo, inquietação, nervosismo, tensão muscular, parestesias e dores corporais. A fadiga, as dificuldades em permanecer concentrado(a), o humor irritável e as perturbações nos ciclos de sono-vigília também constituem manifestações da Perturbação de Ansiedade Generalizada.

 

Por fim, existem esforços falíveis em parar a preocupação, mesmo quando se reconhece a ausência de resolução e de produtividade face ao problema. Neste seguimento podem resultar indecisões e/ou tendência para procrastinar.

 

Nestas condições, o acompanhamento psicológico pode ser importante na diminuição do desconforto provocado pelas preocupações persistentes e na prevenção de outras psicopatologias (ex., perturbações depressivas e/ou de ansiedade). Em caso de dúvida realize uma avaliação junto de um(a) Psicólogo(a).