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Desvitalização: quando é necessário fazê-la?

publicado em 28 Dez. 2022

Na medicina dentária, a área que pressupõe a realização de uma desvitalização é chamada de Endodontia. É um procedimento bastante comum, geralmente feito sob anestesia local, englobando uma série de procedimentos de desinfeção do interior do dente, permitindo que, mesmo depois de não estar vital, consiga cumprir a sua função.

 

Normalmente são utilizadas ligas metálicas que permitem o desgaste da parede dos canais dentários, eliminando todas as bactérias para que os irrigantes consigam atuar e tornar o interior do dente estéril. Por fim, é colocado um material de selamento para evitar que as bactérias reentrem e contaminem o dente. Podem levar à necessidade de recorrer à desvitalização casos como cáries profundas (com atingimento da polpa dentária), traumatismos, periodontite ou reinfeção do dente.

 

A polpa dentária é o tecido interno do dente onde se encontram as fibras nervosas, ou seja, o que nos dá a sensibilidade ao frio e ao quente. Sendo assim, a cárie dentária é a causa mais comum para ser necessário recorrer à endodontia, quando não tratada atempadamente. Ou seja, nem todos os dentes que têm cárie necessitam de desvitalização, só aqueles em que as bactérias e seus substratos atingem o nervo, causando inflamação e a conhecida dor de dentes.

 

Já os traumatismos dentários (quedas, acidentes, avulsões, etc.), podem expor o nervo ou então, quando são muito agressivos, por vezes provocar a necrose dos tecidos e por isso desenvolver infeções e abcessos. Estes são tratáveis apenas com a remoção de todo o tecido infecioso e inflamado, conseguido através da desvitalização.

 

A periodontite (vulgarmente conhecida como piorreia) é outra das situações que leva a um procedimento endodôntico, uma vez que é uma infeção que atinge a gengiva, osso e dente. Quando estamos perante esta condição, o nosso organismo assume uma função de proteção contra si mesmo, ou seja, acontece a perda de suporte e consequentemente mobilidade dentária. Nestes casos, as bactérias atingem o tecido pulpar através da raiz do
dente, sendo portanto elegível para realização de uma desvitalização. Estas lesões são consideradas lesões endo-perio, uma vez que envolvem duas especialidades da Medicina Dentária no seu tratamento multidisciplinar.

 

A generalidade da população acha que um dente desvitalizado não pode desenvolver novamente sintomatologia, mas a estrutura dentária continua presente, sendo por isso passível de contaminação bacteriana e, consequentemente cárie. Nos casos mais graves de reinfeção retorna a infeção bacteriana radicular, sendo por isso necessária uma nova desvitalização.

 

Os dentes desvitalizados devem ser reabilitados com coroas de forma a prolongar a durabilidade e o sucesso do tratamento. Recomendam-se quando temos uma perda grande de estrutura, uma vez que durante a mastigação podem desenvolver-se microfissuras na região dentária, possibilitando a nova infiltração de bactérias naquela zona.

 

Como sinais de alerta temos de considerar a dor forte espontânea, dor aquando variações de temperatura, bem como
quando notamos o aparecimento de abcessos dentários. Assim sendo, devemos estar atentos e visitar regularmente o médico dentista de forma a prevenir agudizações.