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Dia Mundial da Osteoporose

publicado em 20 Out. 2017

A osteoporose é uma das principais causas de fraturas na população acima dos 50 anos. Trata-se de uma doença caracterizada por fragilidade óssea, secundária a mudanças da microarquitectura óssea, tendo como principal complicação clínica a ocorrência de fraturas, com traumas de baixa energia. A osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo.

 

As fraturas osteoporóticas ocorrem mais frequentemente nas vértebras, rádio distal e fémur proximal. São causa de dor, incapacidade física, deformidades, diminuição da qualidade e redução da esperança de vida. As fraturas do colo do fémur são as mais graves, com uma taxa de mortalidade aos 2 anos entre 12-20%, sendo que mais de 50% dos indivíduos que sobrevivem ficam impossibilitados de viver de forma independente, necessitando muitos deles de institucionalização em centros especializados.
A osteoporose não apresenta uma manifestação clínica específica, até à ocorrência da primeira fratura. De entre os fatores de risco para esta doença, podemos referir: idade pós menopausa, género feminino, etnia caucasiana ou asiática, história prévia de fraturas, baixa densidade mineral óssea, baixo índice de massa corporal, toma crónica de corticoides, fumadores, consumo abusivo de álcool, inatividade física e dieta pobre em cálcio.

 

Em função da elevada prevalência de causa secundárias de osteoporose, muitas das quais subclínicas, antes do início de qualquer regime terapêutico, estão recomendados os seguintes estudos: análises laboratoriais (incluindo hemograma, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina, função tiroideia, doseamento da 25 (OH) vitamina D e calciúria de 24h), radiografias simples da coluna lombar e torácica, medições da densidade óssea femoral e vertebral (osteodensitometria).

 

O tratamento da osteoporose passa por atitudes não farmacológicas (exercícios físicos envolvendo fortalecimento do quadricípete e de carga axial; cessação tabágica; correção de défices visuais; uso de superfícies antiderrapantes em casas de banho e remoção de tapetes) e farmacológicas (restrição da toma de sedativos e hipnóticos; consumo de 1200mg de cálcio por dia, preferencialmente na normal dieta, reservando a suplementação de cálcio e vitamina D para casos específicos; terapêuticas hormonais de substituição, bifosfonatos, denosumab, raloxifeno e teriparatide).

 

Assim sendo, é formalmente recomendado tratamento farmacológico para doentes com história pregressa de fraturas de fragilidade ou com T-score <= -2.5 SD na coluna lombar e colo femoral (medidos por densitometria).

 

Na primeira linha do tratamento da osteoporose, os bifosfonatos, têm demonstrado eficácia na redução de fraturas vertebrais e do colo de fémur (alendronato, risendronato e ácido zolendrónico), sendo aconselhada reavaliação da terapêutica a cada 2-3 anos, ponderando risco/benefício da sua manutenção (pelo risco de osteonecrose da mandíbula e de fraturas atípicas, associadas ao uso prolongado destes fármacos).