A insuficiência venosa crónica é a designação médica para um problema muito frequentemente conhecido pela população como varizes dos membros inferiores. Esta é uma das patologias mais frequentes na nossa sociedade e da qual pode resultar disfunção, dor e mal-estar. Há, contudo, algumas pessoas onde esta evolui com poucos ou nenhuns sintomas, mesmo quando visualmente exuberante. Nesta situação é frequente não ser procurado aconselhamento da especialidade, embora possa também evoluir de forma desfavorável.
Há vários fatores que podem contribuir para o surgimento desta patologia. Para uma compreensão adequada destes fatores de risco, é necessário ter alguma noção dos mecanismos de circulação venosa. Um dos mecanismos importantes de ativação da circulação venosa (mas obviamente não exclusivo) consiste na contração e relaxamento sucessivo dos músculos gemelares (da barriga da perna), que ocorre quando caminhamos, que ao comprimirem as veias profundas, pelo facto de estas possuírem um sistema de válvulas, forçam o fluxo sanguíneo no sentido ascendente, em direção ao coração. A consequência lógica é que a permanência prolongada e muito frequente na posição de pé com pouca mobilidade é um importante fator adverso.
Por outro lado, o excesso de peso, pela pressão que provoca a nível abdominal, dificulta o retorno venoso, sendo também fator promotor do aparecimento de varizes e de edema (inchaço) dos tornozelos.
Menos controláveis, no entanto, são os fatores de caráter hereditário, sendo em muitos casos por de mais evidente a incidência desta patologia em muitos membros da mesma família.
A gravidez, por outro lado, além do natural aumento de peso, pode ter também associada algum grau de compressão das veias abdominais, à medida que o útero vai aumentando de volume.
Alguns cuidados, como o exercício físico adequado (caminhar, correr, andar de bicicleta ou natação), a simples elevação das pernas na posição deitada acima do nível do peito, ou, em situações pertinentes, o uso da meia de compressão adequada a cada caso poderão contribuir para um alívio marcado dos sintomas.
A consciencialização destes fatores de risco é importante na adoção destas e de outras medidas, bem como comportamentos preventivos, sendo que a magnitude das mesmas é bastante diversa. Não é de mais realçar a importância do diagnóstico precoce e tratamento atempado.