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Hipertrofia das adenóides e das amígdalas na criança

publicado em 19 Jul. 2019

As adenóides e as amígdalas são estruturas de tecido linfóide localizadas na região da faringe, e que exercem uma função de primeira barreira de defesa contra patogénios do ar inalado, com reconhecimento de antigénios e produção de anticorpos.
As amígdalas situam-se a cada lado da orofaringe, entre os pilares amigdalinos. As adenóides localizam-se na rinofaringe – espaço posterior às fossas nasais e que comunica com a cavidade oral. Estas estruturas situam-se, então, na via aérea superior, constituindo um mecanismo de defesa importante, especialmente nos primeiros anos de vida.

 

O que acontece quando as adenóides e as amígdalas estão aumentadas de tamanho?
A chamada hipertrofia das amígdalas e/ou das adenóides pode ocorrer por várias causas, mais frequentemente nas crianças: resposta a estímulos antigénios, alergias, inflamação crónica ou infeção permanente, entre outras. Geralmente esta hipertrofia tende a regredir por volta dos 6 anos de idade. Nos casos em que persiste, pode tornar-se sintomática e ter uma influência negativa na qualidade de vida da criança e no seu estado de saúde geral.

 

Quais são os sintomas causados por hipertrofia das amígdalas e adenóides?
Uma vez hipertrofiadas, as adenóides condicionam a passagem de ar na rinofaringe, causando dificuldade progressiva na respiração nasal, roncopatia, dificuldades no sono, obstrução da trompa de Eustáquio (espaço de comunicação entre o ouvido médio e a rinofaringe) com otites recorrentes, otite com efusão, perda de audição ou infeções respiratórias de repetição. No caso das amígdalas, uma vez que se localizam na orofaringe, o seu aumento de volume vai condicionar também, dificuldade na respiração oral e roncopatia, dificuldades na alimentação e infeções de repetição. A obstrução respiratória crónica e progressiva tem também influência no crescimento facial, podendo condicionar alterações na arcada dentária da criança a médio prazo.

 

O diagnóstico da hipertrofia das amígdalas e/ou adenóides é geralmente clínico, com observação dos sinais e sintomas típicos, história de infeções de repetição e observação direta da criança. Por vezes podem ser necessários exames como Raio X da faringe ou endoscopia nasal, para confirmar o diagnóstico ou para avaliar a extensão da hipertrofia.

 

Como é feito o tratamento?
Inicialmente o tratamento pode passar por uso de medicamentos para controlar a inflamação crónica e as infeções de repetição, com uso de sprays e soluções salinas nasais, anti-histamínicos ou outros medicamentos individualizados. No caso de os sintomas persistirem ou serem graves, a cirurgia está indicada: é feita a remoção das adenóides e, se também indicado, das amígdalas, por via oral, sob anestesia geral. Normalmente a cirurgia é feita em regime de ambulatório, o que significa que o doente pode regressar a casa no próprio dia. A remoção cirúrgica das amígdalas e/ou das adenóides hipertrofiadas não tem influência negativa no sistema imune geral da criança, antes pelo contrário, pois o estado geral de saúde melhora após remoção de um foco de infeção e de obstrução respiratória crónica.