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Incha, “desincha” mas NÃO passa!

publicado em 08 Nov. 2020

Todos nós já ouvimos alguém dizer que já teve um abcesso, relatando- o quase sempre da mesma forma “tive aqui um dente que me doeu, inchou e depois de uns medicamentos desinchou”. Um abcesso é mais do que um simples “inchaço”, resulta duma infeção bacteriana muitas vezes com origem na raiz do dente em causa, ou nos tecidos que o circundam, sentindo-se primeiro um inchaço na região da gengiva que num espaço de dias poderá alastrar-se para a bochecha.

 

Os principais sintomas caracterizam-se por uma dor de alta intensidade, contínua e localizada, dor essa que aparece subitamente e que piora gradualmente, o que acarreta alguns problemas como o da mastigação, sensibilidade tanto ao frio como ao quente, a sensação de que o dente está “maior” do que os outros, podendo também provocar mau sabor e consequentemente mau hálito.

 

A origem destas infeções pode ser variada, desde cáries profundas que atingiram a polpa dentária (o nervo do dente), a infiltração de bactérias através de restaurações mais antigas, trauma dentário, etc. Importa ressaltar que o tratamento atempado de muitos destes casos previne e evita o abcesso dentário.

 

Qual o comportamento a ter quando nos encontramos já perante um abcesso dentário?
Procurar ajuda junto do Médico Dentista. Não resulta apenas automedicar-se na esperança de que resolva. Um abcesso dentário não é tratável apenas com medicação, é necessário tratar a causa. Somente com um correto diagnóstico é possível traçar um plano de tratamento adequado e eficaz de forma a erradicar o abcesso e a origem da infeção.

 

O que acontece se não for tratado o abcesso?
Há duas vias possíveis. Ou o “inchaço” maior “desaparece” ou acaba por atingir outras zonas da cabeça/pescoço. Na primeira hipótese, todo o material purulento que compõe o abcesso, ao exercer pressão sobre as suas paredes acaba por encontrar uma “saída” – apelidada de fístula – resultando na drenagem desse “pus” para dentro da boca. Com isto, o abcesso deixa de existir e o inchaço desaparece, mas a infeção não, ficando assim a drenar em contínuo, através da borbulha (fístula) presente e visível na gengiva. Na segunda possibilidade, se o conteúdo purulento não encontrar uma saída, a infeção continuará a aumentar. O perigo inerente a isto é a possibilidade do abcesso atingir outros tecidos moles da região cabeça/pescoço, com a ameaça de vir a afetar as vias aéreas e consequente deglutição e respiração.

 

Concluindo, a única forma de agir perante um abcesso dentário é consultar um Médico Dentista para que se possa tratar a causa atempadamente. Um abcesso dentário não passa sozinho nem só à base de medicação. Incha, “desincha” mas não passa! Não minimize os efeitos de uma infeção na cavidade oral, as bactérias presentes atingem facilmente a circulação sanguínea e por isso outras áreas do corpo podem ser atingidas. No caso de doentes cardiovasculares o risco é ainda maior. Trate de si recorrendo a quem o possa ajudar, não se automedique nem “deixe andar”.