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Métodos contracetivos de longa duração

publicado em 11 Dez. 2022

Para muitos doentes, o conceito suscita imensas dúvidas. Há quem associe os métodos contracetivos de longa duração à ideia de que são impossíveis de remover, que se dirigem às mulheres que não pretendem engravidar ou que são excessivamente caros.

 

Pois bem, estes métodos podem ser usados pela maioria das mulheres, podem ser reversíveis ou irreversíveis e são menos prejudiciais que a pílula!

 

Os métodos reversíveis permitem uma contraceção efetiva por um longo período, geralmente superior a 3 meses. Incluem-se os dispositivos intrauterinos, implantes contracetivos ou injeções de progesterona. Estes métodos não regularizam o ciclo menstrual, pois não contêm estrogénios, podendo ser usados nas mulheres que amamentam e naquelas com mais de 50 anos. São alternativas válidas nas mulheres com enxaquecas e nas fumadoras.

Dispositivos intrauterinos

Os dispositivos intrauterinos são preferencialmente colocados durante o período menstrual pois fornece uma segurança de não gravidez e a colocação está facilitada pelo fato do canal se encontrar mais dilatado.

 

O DIU tem uma validade de 10 anos e funciona produzindo uma reação inflamatória dentro do útero, sendo usado preferencialmente nas mulheres que já tiveram filhos ou naquelas que não podem receber qualquer tipo de hormona.

 

O SIU liberta localmente progesterona durante um período de 3-5 anos e atua por atrofia da parte interna do útero, o que provoca, na maior parte das vezes, ausência de menstruação ou menstruações mais escassas. É ideal no tratamento das hemorragias abundantes com anemia e no tratamento de algumas doenças como a hiperplasia, a adenomiose e a endometriose.

 

Nas mulheres que nunca tiveram filhos, constitui o dispositivo intrauterino mais usado, pois não afeta a taxa de fertilidade.

Implante contracetivo

O Implante contracetivo é um dipositivo colocado no braço da mulher através de uma injeção com libertação contínua de progesterona. Tem uma duração de 3 anos e atua através da inibição da ovulação, aumento na espessura do muco cervical e alterações no tecido uterino que tornam o ambiente menos propício à implantação.

Injeção de progesterona

A injeção de progesterona trimestral consiste numa injeção intramuscular de um depósito de progesterona com uma duração de 3 meses. É muito semelhante ao implante contracetivo no modo de atuação e efeitos laterais. A sua utilização
prolongada pode condicionar diminuição da densidade mineral óssea.

Os métodos irreversíveis consistem na laqueação tubar que, habitualmente, é feita via laparoscópica e na vasectomia (parceiro).

Laqueação tubar

A laqueação tubar trata-se de um método seguro e definitivo efetuado em regime ambulatório que não altera o padrão
menstrual. Se uma mulher tiver irregularidade menstrual ou padrões hemorrágicos abundantes, esta método não vai resolver o problema.

 

A taxa de arrependimento é considerável pelo que não deve ser efetuada nas mulheres jovens.

Vasectomia

A vasectomia consiste na laqueação dos canais deferentes do parceiro. Comparado com a laqueação tubar, trata-se de um procedimento mais seguro e eficaz que pode ser realizado sob anestesia local. A esterilização só fica garantida posteriormente, após confirmação no espermograma de controlo.

Antes de optar por qualquer método, é fundamental realizar uma consulta de planeamento familiar para abordar os métodos contracetivos, indicações, contraindicações e efeitos laterais, de forma a encontrar de forma individualizada o método que mais se adequa!