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Métodos contracetivos: vantagens e desvantagens de cada um

publicado em 27 Nov. 2022

Em Portugal, aproximadamente 94% das mulheres sexualmente ativas usa um método contracetivo, maioritariamente, a contraceção hormonal combinada.

Os diferentes métodos contracetivos podem ser agrupados em métodos naturais, métodos barreira, contraceção hormonal, contraceção intrauterina e métodos definitivos.

métodos naturais

Os métodos naturais, apesar de serem universalmente acessíveis, são pouco eficazes, uma vez que se baseiam na previsão do período fértil com abstinência periódica, no coito interrompido ou na amenorreia durante a amamentação. Dependem, por isso, de longos períodos de abstinência e do conhecimento das alterações fisiológicas ao longo do ciclo menstrual. Por outro lado, têm a desvantagem de não proteger contra as infeções sexualmente transmissíveis (IST).

 

Métodos barreira

Os métodos barreira disponíveis são o preservativo masculino e feminino. Apresentam como vantagem o facto de serem os únicos métodos que também protegem contra as IST. Contudo, estão associados a elevadas taxas de falha, que dependem sobretudo da utilização sistemática e correta do método.

Contraceção hormonal

A contraceção hormonal consiste em contraceção hormonal combinada (CHC) e contraceção com progestativo isolado (CP).

 

A contraceção hormonal combinada está disponível em 3 vias de administração: oral, vaginal e transdérmica. Para além dos benefícios contracetivos destes métodos, apresentam benefícios não contracetivos, como o controlo do ciclo, a diminuição da dismenorreia e do fluxo menstrual e o controlo do acne e hirsutismo.

 

A contraceção com progestativo isolado está disponível nas vias oral, subcutânea, injetável e intrauterina, estando indicada nas mulheres que não pretendem utilizar estrogénios ou se existir alguma patologia que contraindique a utilização dos mesmos.

Contraceção intrauterina

A contraceção intrauterina é de longa duração e está associada a uma elevada eficácia, que é reversível após a sua remoção. Existem 2 tipos de contraceção intra-uterina: o dispositivo intrauterino de cobre (DIU) e o sistema intrauterino (SIU), disponível em 3 dosagens distintas.

 

O DIU pode ser utilizado, durante 10 anos, em mulheres com contraindicação para a utilização de métodos hormonais, mas apresenta como desvantagens o aumento do fluxo menstrual e a possibilidade de agravamento da dor durante a menstruação.

 

O SIU, aprovado para uso durante 3, 5 ou 7 anos (dependendo da dosagem utilizada), apresenta como benefícios não contracetivos a diminuição do fluxo menstrual e da dismenorreia.

Métodos definitivos

Os métodos definitivos consistem em métodos de esterilização cirúrgica, estando associados a uma taxa de falha inferior a 1%.

 

A laqueação tubária/salpingectomia (remoção das trompas de Falópio) pode ser realizada por mini-laparotomia ou por laparoscopia e apresenta como vantagens a elevada eficácia e a ausência de efeitos na função hormonal e no ciclo menstrual. As principais desvantagens são o risco cirúrgico e anestésico e a ausência de proteção contra IST.

 

A vasectomia, que consiste na laqueação dos canais deferentes, apresenta como vantagens a elevada eficácia e o facto de o procedimento poder ser realizado com anestesia local. Contudo, nos primeiros 3 meses após a cirurgia
é necessário utilizar outra contraceção; além disso, também não confere proteção contra IST.

Contraceção de emergência

A contraceção de emergência (CE) está indicada para prevenir a gravidez após uma relação sexual desprotegida, estando disponíveis 2 tipos de CE: oral e intrauterina (DIU). A eficácia da CE é tanto maior quanto mais precoce for a administração após a relação sexual desprotegida, sendo eficaz em 95% dos casos se utilizada até 5 dias após.