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Mitos sobre o Glaucoma

publicado em 24 Out. 2024

O glaucoma é uma doença ocular que afeta o nervo ótico, responsável por transmitir as informações visuais do olho para o cérebro. Corresponde a uma das principais causas de cegueira no mundo, sendo também uma doença cercada de mitos e equívocos. Muitas dessas ideias erradas podem atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. Vamos abordar os mitos mais frequentes:

1. Se não tenho sintomas, não tenho glaucoma

Este é um dos maiores equívocos. O glaucoma, especialmente o de ângulo aberto (o tipo mais comum), é conhecido como “o ladrão silencioso da visão” porque, nas fases iniciais, não apresenta sintomas evidentes. Muitos doentes só percebem a perda de visão quando o dano já é significativo e irreversível. Por isso, mesmo sem sintomas, é essencial fazer exames oftalmológicos regulares, sobretudo se houver fatores de risco, como história familiar ou idade avançada.

2. Só pessoas mais velhas desenvolvem glaucoma

Embora o risco de desenvolver glaucoma aumente com a idade, a doença pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças.

3. Se a minha pressão ocular está normal, estou a salvo do glaucoma

Embora a pressão intraocular elevada seja um dos principais fatores de risco para o glaucoma, a doença também pode ocorrer em pessoas com pressão ocular normal. Este tipo de glaucoma é conhecido como glaucoma de pressão normal, em que o nervo ótico é danificado mesmo com valores de pressão considerados normais. Por isso, a medição da pressão ocular deve ser apenas um dos vários exames realizados para diagnosticar corretamente a doença.

4. O glaucoma é sempre hereditário

Embora a história familiar seja um fator de risco importante, nem todas as pessoas com glaucoma têm antecedentes familiares da doença.

5. O uso de colírios cura o glaucoma

Os colírios são eficazes para controlar a pressão intraocular e evitar o agravamento dos danos, mas o glaucoma não tem cura. O tratamento é contínuo e visa evitar a progressão da doença, já que os danos causados ao nervo ótico são irreversíveis. Por isso, é crucial seguir rigorosamente o tratamento prescrito e manter consultas regulares para monitorizar a evolução da doença.

6. Quem tem boa visão central não pode ter glaucoma

O glaucoma afeta, inicialmente, a visão periférica, o que pode passar despercebido. Muitas pessoas mantêm uma visão central nítida nas fases iniciais da doença, mas vão perdendo gradualmente a visão nas extremidades do campo visual. Quando o glaucoma não é tratado, a perda de visão periférica vai-se agravando, podendo evoluir para a cegueira total. Por isso, é importante realizar testes de campo visual para detetar possíveis perdas precoces.

Melhores práticas clínicas para lidar com o glaucoma

Para evitar cair nos mitos sobre o glaucoma, é fundamental seguir algumas boas práticas:

  • Exames oftalmológicos regulares
  • Adesão ao tratamento
  • Monitorização constante