O casal – duas pessoas, uma relação, e um conjunto de idiossincrasias, de (inter) individualidades, de (inter) dependências, de vida(s) que se querem repletas de semelhanças e diferenças, de proximidades e distâncias, de complementaridades e assimetrias. A conjugalidade implica, simultaneamente, uma identidade conjugal, sem que se percam as respetivas identidades individuais. Parece muito complexo? É, de facto, pois vejamos todos os desafios com os quais um casal pode ter que lidar: rotina, tarefas domésticas, gestão financeira, carreiras profissionais, sexualidade, gestão da parentalidade, gestão dos tempos livres, tomadas de decisão, relação com família/amigos, redes sociais e novas tecnologias (…).
Ser casal, nos dias de hoje, é uma parte da vida que exige muito envolvimento, entrega, dedicação, investimento. Contudo, nem sempre o casal consegue conciliar todas as exigências que a rotina acarreta e sente dificuldades na hora de priorizar.
É depois da coabitação que, muitas vezes, as expectativas construídas no período de namoro se esbatem no encontro com a realidade quotidiana. Cada cônjuge traz as suas características para a relação de casal, onde depois é necessário reconstruir a realidade individual de cada um e criar a identidade conjugal, a dois. É aqui que surge o conflito e que se expõem as diferenças do casal, obrigando-o a comunicar, a ceder, a negociar, a readaptar-se. Mas, quando as estratégias de resolução utilizadas são a fuga, o confronto hostil, a coercividade, a crítica, o desprezo, o mau humor, a desconsideração, a infidelidade sexual, a rejeição emocional e/ou sexual, rapidamente estaremos perante um casal extremamente insatisfeito.
As estratégias de resolução de conflitos podem ter um papel crucial na satisfação e no sucesso conjugal, ou seja, tudo aquilo que os cônjuges fazem, e não fazem, no sentido de resolver o atrito. Os estudos revelam que os casais ou insatisfeitos são distinguidos pela forma construtiva com que lidam com os seus conflitos. Se os conflitos não são resolvidos e se perpetuam, então o casal entra numa escalada de insatisfação, desinvestimento e negatividade.
Na Terapia de Casal atende-se às particularidades de cada indivíduo e da díade conjugal, trabalhando-se sobre as estratégias de resolução de conflitos de forma adaptada à personalidade singular de cada cônjuge, com o objetivo de orientar o casal de volta à satisfação com a sua relação.
A Terapia de Casal poderá beneficiar ainda casais com elevados níveis de crítica, desqualificação e interação negativa; baixos níveis de acordo, aceitação, tolerância e aprovação; que respondem de forma negativa perante qualquer mensagem (seja ela positiva, negativa ou neutra); que cometem erros de comunicação (monólogos, monopolização do discurso, ausência de escuta ativa, generalizações, leituras de pensamento do outro…). A Terapia de Casal incidirá na readaptação comum através da sensibilização do casal para a importância do conhecimento e da valorização do outro, assente no respeito, comunicação, confiança, segurança, intimidade e reciprocidade.
