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O nódulo da tiroide

publicado em 02 Jun. 2019

A tiroide é uma glândula situada no pescoço. Pode estar alterada porque trabalha mais ou menos (alteração da função) ou porque aumenta (alteração da forma). A este aumento chamamos bócio.

 

A maioria dos bócios ocorre porque a tiroide ganha nódulos, embora funcione normalmente.

 

Estes nódulos são vulgares e afetam, principalmente, mulheres. Geralmente não se veem nem dão queixas a não ser quando crescem.

 

Se as tiroides com nódulos funcionam bem, porque são importantes?

 

  • Porque o bócio nodular cresce acabando por dar queixas.
  • Porque os nódulos podem ser malignos. O cancro da tiroide surge como um nódulo com aspeto inofensivo, não diferente dos nódulos benignos.
  • Porque o único tratamento é a cirurgia e é mais difícil quando os nódulos são grandes.

 

Estas razões devem-nos levar a encarar os nódulos da tiroide com seriedade, começando pelo seu tamanho e se este já permite uma biopsia. O nódulo é picado e aspirado com uma agulha fina por ecografia. É uma técnica sem dor e sem riscos e permite saber se o nódulo é perigoso ou não, mas quando são muito pequenos são muito difíceis de picar e devemos vigiar até que atinjam 10 mm de tamanho.

 

A biopsia irá dizer que:
– é benigno, não tendo risco, a não ser o tamanho. Por isso devemos vigiar com ecografia para ponderar a cirurgia quando ficar grande, visível ou incomodar. Mas quando devemos operar para que não existam riscos desnecessários? Quando os nódulos atingirem ou ultrapassarem os 30 mm, os doentes devem ser enviados para cirurgia.
– é maligno ou suspeito de ser, pelo que, qualquer que seja o seu tamanho deve ser enviado para cirurgia.

 

O cancro da tiroide tem cura, mas essa cura é sempre a cirurgia que deve ser completa para que nada fique da doença e tudo fique resolvido na primeira vez.

 

O diagnóstico não nos diz se a lesão é benigna ou maligna. Nestes casos devemos repetir a biopsia para esclarecer a situação que, se permanecer, deve orientar para cirurgia.

 

O material não é suficiente para dar um diagnóstico. Neste caso devemos repetir a biopsia, mas só passado 2 a 3 meses para que o nódulo possa sarar da primeira picada. Alguns nódulos, não permitem a colheita de material adequado e dão resultados repetidamente impróprios. Nestes casos temos de ponderar, caso a caso, se vigiamos ou operamos, segundo critérios clínicos.

 

A tiroide tem duas partes e pode ser extraída na totalidade ou só metade (nunca se tira só os nódulos). Se toda a glândula estiver doente, não tem sentido deixar metade.

 

A cirurgia da tiroide é feita por cirurgiões gerais em todos os hospitais, mas não com a mesma frequência. As complicações eram tão graves e frequentes (ficar sem poder falar, sem poder respirar, sem cálcio, entre outras) que alguns cirurgiões se dedicaram a esta cirurgia para que, com uma maior prática, houvesse maior segurança. Como em todas as situações, quanto mais se faz, melhor se faz, para benefício de todos.

 

A tiroide produz uma hormona que regula o ritmo de funcionamento do corpo e a sua falta deve ser compensada. Ela existe em comprimidos e deve ser tomada 1 única vez por dia, de manhã em jejum. Existem muitas dosagens sendo fácil escolher a que será ideal para as pessoas que ficaram sem tiroide. Este comprimido terá que ser tomado o resto da vida, mas o doente terá uma vida absolutamente normal necessitando somente de fazer análises uma ou duas vezes por ano e nada mais.