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O que é a Perturbação de Pânico?

publicado em 24 Out. 2025

É um transtorno de ansiedade em que a pessoa sofre ataques de pânico recorrentes e inesperados, pelo menos durante um mês, com medo persistente de que esses ataques voltem a acontecer. A estes episódios associa-se o medo e a preocupação relativos à possibilidade de novos ataques de pânico ou das suas consequências (“vou sentir-me assim outra vez?..Onde?.. E se for à frente de toda a gente”).

Causas da Perturbação de Pânico

As causas exatas não são totalmente conhecidas, mas incluem:

  • Genética
  • Alterações químicas no cérebro, especialmente nos neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina.
  • Fatores psicológicos: trauma, stress intenso ou prolongado.
  • Estilo de vida: uso de drogas, álcool, cafeína em excesso.
  • Condições médicas: como problemas da tiroide, hipoglicemia ou arritmias cardíacas.

Ataques de pânico: sintomas

Os sintomas ocorrem subitamente e atingem o pico em poucos minutos. Os mais comuns incluem:

  • Palpitações, coração acelerado
  • Suor excessivo
  • Tremores
  • Falta de ar ou sensação de asfixia
  • Dor no peito
  • Náuseas ou desconforto abdominal
  • Tontura ou sensação de desmaio
  • Parestesias (formigueiros ou sensação de entorpecimento)
  • Sensação de irrealidade (desrealização) ou de estar fora do corpo (despersonalização)
  • Medo de perder o controlo, enlouquecer ou morrer

 

Ataques de pânico duram geralmente entre 5 a 30 minutos, mas os efeitos podem persistir por horas.

Diagnóstico

É importante fazer um cuidado diagnóstico diferencial, uma vez que muitas outras situações ou eventos podem criar sintomas iguais aos ataques de pânico. Assim, o diagnóstico é clínico e feito com base em:

  • Frequência dos ataques de pânico
  • Avaliação de sintomas físicos e emocionais
  • Exclusão de outras causas médicas (exames físicos, análises, ECG)

Tratamento

O tratamento é eficaz e pode incluir:

 

  1. Psicoterapia
    • Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ensina a pessoa a identificar e
      mudar pensamentos e comportamentos negativos.
  2.  Medicação
    • Antidepressivos (SSRI/SNRI). É comum a medicação ser necessária quando a perturbação de pânico já se instalou.
    • Ansiolíticos (como benzodiazepinas – uso de curto prazo)
    • Betabloqueadores para sintomas físicos (menos comuns)
  3.  Mudanças no estilo de vida
    • Atividade física regular
    • Técnicas de relaxamento e respiração
    • Redução de cafeína, álcool e drogas

Prevenção

Embora nem todos os casos possam ser prevenidos, há formas de reduzir o risco:

  • Gerir o stress com técnicas de relaxamento (meditação, yoga, respiração profunda)
  • Dormir bem e manter uma rotina equilibrada
  • Evitar substâncias que estimulam ou desregulam o sistema nervoso
  • Procurar apoio psicológico em momentos difíceis
  • Seguir o tratamento recomendado para evitar recaídas
Bibliografia:
Psiquiatria - step by step / coord. Daniel Sampaio, Henrique Prata Ribeiro.
Roy-Byrne, P. P., Craske, M. G., & Stein, M. B. (2006). Panic disorder. The Lancet, 368(9540), 1023– 1032. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(06)69418.