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Osteoporose: O que é, causas e tratamento

publicado em 18 Jun. 2023

A osteoporose é uma doença “silenciosa”, não causando quaisquer sintomas até à ocorrência de fratura osteoporótica.

 

O que é Osteoporose?

A osteoporose caracteriza-se por uma alteração da microarquitetura do osso, com diminuição na sua qualidade e na densidade mineral óssea (DMO), conduzindo a aumento da fragilidade óssea e, consequentemente, a elevado risco de fratura.

 

Constitui um problema de saúde pública com consequências graves, não apenas devido à morbilidade associada (dor crónica, perda de autonomia, deformidades e depressão) mas também ao reconhecido risco de aumento de mortalidade após a ocorrência de fraturas vertebrais ou da anca.

Qual é a causa para a Osteoporose?

A diminuição da massa óssea está intimamente ligada ao envelhecimento e, nas mulheres, com um conjunto de alterações hormonais associadas à menopausa. Outros fatores implicados incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, magreza, tratamento com corticóides e doenças inflamatórias crónicas.

Como se manifesta e como se diagnostica?

A osteoporose é uma doença “silenciosa”, não causando quaisquer sintomas até à ocorrência de fratura osteoporótica. Esta define-se como uma fratura de baixo impacto ou uma fratura de fragilidade (ocorrendo espontaneamente ou após um traumatismo minor). As fraturas vertebrais, da anca e do punho são as fraturas osteoporóticas mais comuns.

 

O diagnóstico é realizado perante a ocorrência de uma fratura osteoporótica, mas idealmente deve ser feito na fase “silenciosa”,  perante avaliação da DMO por densitometria óssea, havendo um limiar de DMO abaixo do qual consideramos osteoporose. Contudo, há doentes nos quais existe um aumento do risco de fratura osteoporótica independentemente da DMO pois têm outros fatores que contribuem para a deterioração da qualidade do osso, justificando a instituição de tratamento anti-osteoporótico. Esta avaliação de risco é feita através de um algoritmo, FRAX, desenvolvido para estabelecer o limiar terapêutico e validado para a população portuguesa.

Como prevenir a Osteoporose?

Devem ser tomadas medidas visando desacelerar a diminuição da massa óssea:

 

  • prática regular de exercício físico, principalmente atividades com carga (caminhadas, corrida ou aeróbica) ou exercício com resistência (com pesos), de forma adaptada à gravidade da doença e evitando desportos de contacto.

 

  • dieta equilibrada com ingestão adequada de cálcio, elemento essencial para o metabolismo do osso e que pode ser encontrado em lacticínios mas também legumes verdes (brócolos e espinafres, por exemplo), frutos secos (grão-de-bico) e alguns peixes (como a sardinha).

 

  • exposição solar regular (face, braços e mãos durante 15 minutos diários, sem proteção solar), de modo a estimular a produção de vitamina D, essencial para a absorção intestinal de cálcio e adequada mineralização do osso. Se necessário, os níveis desta vitamina devem ser avaliados e corrigidos.

 

  • cessação tabágica e moderação do consumo de álcool

Como se trata a Osteoporose?

O objetivo do tratamento da osteoporose é evitar o aparecimento de fraturas de fragilidade e consiste na adopção das medidas preventivas descritas e em medidas farmacológicas.

 

O arsenal terapêutico inclui múltiplos fármacos que atuam na diminuição da perda de massa óssea e/ou aumento da DMO através de diferentes mecanismos. Estão disponíveis em várias formulações (oral, endovenosa ou subcutânea) e posologias (diária, semanal, mensal, semestral ou anual). A decisão de utilização de um fármaco é realizada de forma conjunta entre o médico e o doente, tendo em conta a gravidade da osteoporose, a existência de fraturas prévias e a existência de outras doenças que possam interferir com o tratamento ou contraindicar a utilização de um tratamento em detrimento de outro.

 

O papel do Reumatologista assenta no reconhecimento e tratamento precoces desta patologia, identificação de causas de osteoporose secundária ou fatores de risco que condicionem o risco de fraturas de fragilidade e, consequentemente, o limiar para início de tratamento farmacológico, e na adequada vigilância e monitorização da segurança e da resposta aos tratamentos instituídos.