A otorrinolaringologia pediátrica estuda e trata os problemas de audição e vias respiratórias superiores na criança. As particularidades deste grupo etário, bem como do tipo de avaliação clínica necessária, com recurso a instrumentos que podem ser intimidantes, implicam uma equipa treinada e com uma sensibilidade especial. Abrange problemas bem conhecidos pelos pais e muito frequentes, nomeadamente as infeções respiratórias altas de repetição (otites, amigdalites, sinusites, adenoidites) e a hipertrofia das amígdalas e adenoides (ressonar e apneia do sono). Em conjunto, esta problemática é responsável pela maioria dos casos da consulta e de uma forma geral, com o tratamento dirigido, tem elevadas taxas de sucesso. Menos conhecida, mas cada vez mais valorizada, é a respiração crónica pela boca. Esta condição pode contribuir para problemas futuros ao nível do desenvolvimento da face, da qual resultam consequências funcionais e estéticas: obstrução nasal, palato ogivado, dentes desalinhados, face longa, nariz saliente e queixo pequeno.
A surdez infantil é uma área que implica especial atenção, rigor e método. A surdez ao nascimento é rara, afeta entre 1 a 3 recém-nascidos em cada 1000, mas as consequências são muito importantes¹. Sem audição não há linguagem. Por este motivo implementou-se o rastreio auditivo universal do recém-nascido. Em grupos de risco o seguimento deve prolongar-se até à aquisição da linguagem. Mesmo passando no rastreio universal surgem frequentemente etapas em que se justifica uma nova avaliação da audição. Muitas consultas de otorrinolaringologia pediátrica destinam-se à avaliação auditiva em crianças com alterações da linguagem, da sociabilização, ou de outras áreas do desenvolvimento. Na maioria dos casos, o problema é apenas transitório e flutuante ou de fácil resolução. No entanto, é importante identificar os casos que necessitam de uma intervenção atempada para evitar consequências futuras. Apesar dos pais valorizarem muito estas capacidades, audição e linguagem, desvalorizam frequentemente os sinais de alerta. É comum a ideia de que o filho é apenas distraído ou que “só ouve o que lhe apetece”. Daí que seja fulcral a atuação em rede com professores, pediatras gerais e de desenvolvimento, médicos de família, terapeutas da fala e audiologistas.
São também motivos que implicam uma avaliação por otorrinolaringologista pediátrico: episódios de engasgamento, choro rouco ou respiração ruidosa no bebé; a rouquidão arrastada na criança de qualquer idade, obstrução nasal (por desvios anatómicos do nariz ou por doenças inflamatórias crónicas como a rinossinusite), a otite média crónica e a vertigem.
No Trofa Saúde Hospital dispomos de uma equipa multidisciplinar muito vocacionada para a criança: otorrinolaringologia, pediatria, imunoalergologia, pneumologia, cirurgia pediátrica, medicina dentária, audiologia e terapia da fala. À nossa disposição temos todo o equipamento necessário à avaliação diagnóstica e intervenção terapêutica mais adequada e suportada cientificamente. Quando necessário e imprescindível o tratamento cirúrgico, possuímos uma equipa com muita experiência em idade pediátrica o que, aliado ao uso de tecnologias e equipamentos de ponta, acaba por permitir uma atuação que maximiza o sucesso.
Fonte:
¹ Grupo de Rastreio e Intervenção da Surdez Infantil. Recomendações para o Rastreio Auditivo Neonatal Universal (RANU). Acta Pediatr Port 2007;38:209-14