Skip to main content

Tratamento precoce da maloclusão: quais as vantagens?

publicado em 15 Abr. 2024

A maloclusão, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o terceiro maior problema de saúde oral, é considerada um problema de Saúde Pública que traz limitações funcionais e interfere com o bem-estar psicossocial dos indivíduos.

 

Com a diminuição da doença de cárie em crianças e adolescentes, os problemas orais como as maloclusões tornaram-se mais evidentes e a OMS, em 1955, referiu que as maloclusões se encontram em terceiro lugar na escala de prioridades entre os problemas médico dentários de saúde pública mundial, perdendo apenas para a cárie e para as doenças periodontais.

 

Os problemas de oclusão dentária, denominados maloclusões, consistem em anomalias do crescimento e do desenvolvimento que podem afetar os músculos, os ossos maxilares, e a disposição dos dentes nos ossos alveolares (osso que existe à volta dos ligamentos dos dentes).

 

A maloclusão não é uma característica exclusiva da dentição permanente e pode ser diagnosticada e tratada precocemente na dentição de leite e mista e por isso é tão importante que a criança faça uma consulta de Ortodontia por volta dos 5–6 anos de idade para despistar possíveis alterações na oclusão.

 

Na primeira consulta de Ortodontia deverá ser feita a prevenção de hábitos prejudiciais, como uso de chupeta, dedo, biberão ou outros, e promoção e reforço de hábitos positivos como uma alimentação variada e rica em alimentos fibrosos, mastigação bilateral, e permeabilização das vias respiratórias nasais.

 

As maloclusões podem produzir alterações de impacto estético nos dentes e na face, e/ou de impacto funcional na oclusão, mastigação, deglutição e mesmo na própria dicção.

 

O tratamento precoce das maloclusões apresenta várias vantagens, nomeadamente:

  • a facilidade e rapidez de tratamento;
  • o crescimento, reparação e resposta tecidular da criança;
  • uma maior estabilidade dos resultados a longo prazo;
  • correção das relações basais e, por consequência, correção da postura lingual e dos lábios;
  • reduzir a necessidade de tratamento secundário (fixo) em cerca de 50%;
  • reduz a necessidade de extrações de pré-molares;
  • reduz a necessidade de intervenções cirúrgicas à maxila e ou mandíbula;
  • controlo de hábitos prejudiciais (interposição da língua e ou dedo);
  • reduz incidência de incisivos centrais superiores fraturados;
  • prevenir impacto de caninos;
  • ajuda a estabelecer uma correta dicção;

 

A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) é o ramo da Medicina Dentária cujo o objetivo é remover interferências indesejáveis durante o crescimento e desenvolvimento fisiológico das estruturas bucais (sistema estomatognático) atuando diretamente no sistema neuromuscular que comanda o desenvolvimento dos maxilares e que pode levar os dentes a ocuparem posições funcionais e estéticas.

 

Esta forma de atuação deve criar novos reflexos posturais e outra dinâmica mandibular que produza e mantenha a harmonia do sistema estomatognático e obtenha a eficiência mastigatória que conduz o sistema digestivo a um comportamento saudável.

 

Através de aparelhos removíveis de Ortopedia Funcional dos Maxilares é possível tratar uma maloclusão, desde muito cedo, permitindo assim que as crianças cresçam e se desenvolvam corretamente.

Referências
Pinto, R. Maloclusão e necessidade de tratamento ortodôntico, Porto , 2015
Mnsur, S.Prevalência de Má Oclusão em Crianças com Idade Escolar: Norte de Portugal, Porto, 2015
Sebenta WSEI – Wilma Simões European Institute, 2023