A maloclusão, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o terceiro maior problema de saúde oral, é considerada um problema de Saúde Pública que traz limitações funcionais e interfere com o bem-estar psicossocial dos indivíduos.
Com a diminuição da doença de cárie em crianças e adolescentes, os problemas orais como as maloclusões tornaram-se mais evidentes e a OMS, em 1955, referiu que as maloclusões se encontram em terceiro lugar na escala de prioridades entre os problemas médico dentários de saúde pública mundial, perdendo apenas para a cárie e para as doenças periodontais.
Os problemas de oclusão dentária, denominados maloclusões, consistem em anomalias do crescimento e do desenvolvimento que podem afetar os músculos, os ossos maxilares, e a disposição dos dentes nos ossos alveolares (osso que existe à volta dos ligamentos dos dentes).
A maloclusão não é uma característica exclusiva da dentição permanente e pode ser diagnosticada e tratada precocemente na dentição de leite e mista e por isso é tão importante que a criança faça uma consulta de Ortodontia por volta dos 5–6 anos de idade para despistar possíveis alterações na oclusão.
Na primeira consulta de Ortodontia deverá ser feita a prevenção de hábitos prejudiciais, como uso de chupeta, dedo, biberão ou outros, e promoção e reforço de hábitos positivos como uma alimentação variada e rica em alimentos fibrosos, mastigação bilateral, e permeabilização das vias respiratórias nasais.
As maloclusões podem produzir alterações de impacto estético nos dentes e na face, e/ou de impacto funcional na oclusão, mastigação, deglutição e mesmo na própria dicção.
O tratamento precoce das maloclusões apresenta várias vantagens, nomeadamente:
- a facilidade e rapidez de tratamento;
- o crescimento, reparação e resposta tecidular da criança;
- uma maior estabilidade dos resultados a longo prazo;
- correção das relações basais e, por consequência, correção da postura lingual e dos lábios;
- reduzir a necessidade de tratamento secundário (fixo) em cerca de 50%;
- reduz a necessidade de extrações de pré-molares;
- reduz a necessidade de intervenções cirúrgicas à maxila e ou mandíbula;
- controlo de hábitos prejudiciais (interposição da língua e ou dedo);
- reduz incidência de incisivos centrais superiores fraturados;
- prevenir impacto de caninos;
- ajuda a estabelecer uma correta dicção;
A Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM) é o ramo da Medicina Dentária cujo o objetivo é remover interferências indesejáveis durante o crescimento e desenvolvimento fisiológico das estruturas bucais (sistema estomatognático) atuando diretamente no sistema neuromuscular que comanda o desenvolvimento dos maxilares e que pode levar os dentes a ocuparem posições funcionais e estéticas.
Esta forma de atuação deve criar novos reflexos posturais e outra dinâmica mandibular que produza e mantenha a harmonia do sistema estomatognático e obtenha a eficiência mastigatória que conduz o sistema digestivo a um comportamento saudável.
Através de aparelhos removíveis de Ortopedia Funcional dos Maxilares é possível tratar uma maloclusão, desde muito cedo, permitindo assim que as crianças cresçam e se desenvolvam corretamente.