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Tudo sobre a Menopausa

publicado em 18 Out. 2021

A menopausa assinala o fim da fertilidade e o início de uma nova fase da vida da mulher, com diversas implicações biológicas, psicológicas e sociais. Daí o esclarecimento adequado das várias alterações, nesta fase de vida, seja importante para uma melhor compreensão do tema.

 

Define-se como a última menstruação, confirmada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação), devido à paragem definitiva do funcionamento do ovário. A peri-menopausa antecede a menopausa – e é neste período que se podem manifestar os primeiros sintomas.

 

Este período de transição tem duração variável e pode anteceder a menopausa alguns anos antes de esta ocorrer.
Nos países ocidentais, maioritariamente, a menopausa ocorre entre os 45 e os 55 anos, sendo a idade média 51 anos.

 

Os sintomas da peri-menopausa podem começar na mesma altura em que ocorrem as irregularidades menstruais
– menstruação com padrão diferente do que é habitual, duração e quantidade do fluxo, passando a ter um aumento
do período de tempo sem menstruação. Os sintomas vasomotores (“calores” e afrontamentos) estão presentes em 70-80% das mulheres, sendo a sua intensidade variável. Os afrontamentos, descritos como uma sensação de calor e vermelhidão súbita na região superior do corpo (tronco, pescoço e face) e sudorese (suor), podem durar entre alguns segundos a vários minutos e ocorrem, esporadicamente ou várias vezes, ao longo do dia. Frequentemente, estes afrontamentos ocorrem durante a noite, estando associados a suores noturnos e à perturbação do sono. Podem surgir também alterações do humor, associados a um estado de maior ansiedade e irritabilidade. Estas alterações psicológicas associadas à diminuição da qualidade do sono podem causar quadros de instabilidade emocional.

 

Nesta fase, verifica-se também uma alteração da mucosa do aparelho urogenital (uretra, vulva e vagina), verificando-se em alguns casos atrofia vulvovaginal. Estas alterações são a causa de queixas como a diminuição da lubrificação, dor durante as relações sexuais, sensação de comichão e ardor, sendo que a mulher está mais suscetível às infeções vaginais e urinárias.

 

A diminuição da produção hormonal associa-se a um aumento da perda de massa óssea, com aumento do risco de osteoporose e de fraturas ósseas. Com a menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares, com alteração no perfil do colesterol e consequente aumento de risco trombótico. O risco de aparecimento de hipertensão e da diabetes aumenta nesta fase. As alterações hormonais da menopausa promovem um aumento da massa gorda e do volume abdominal e, apesar de não comprovado por estudo científicos a sua associação, são frequentes as queixas de aumento de peso e de dificuldade em emagrecer. Qualquer perda de sangue genital após esta fase deverá ser considerada anormal.

 

O diagnóstico é clínico, contudo, a avaliação analítica (em casos individualizados) permite detetar os níveis hormonais, dando consistência ao diagnóstico. O principal objetivo com as terapêuticas instituídas é o alívio dos sintomas e dos
efeitos físicos associados. Para isso, a abordagem de cada mulher deve ser individualizada, com uma avaliação clínica
detalhada, de forma a identificar fatores de risco que possam contraindicar algumas das terapêuticas. Contudo, importa
relembrar que manter um estilo de vida saudável, dieta equilibrada e prática de exercício físico são estratégias que permitem aliviar a sintomatologia.

 

A mulher não deve em caso algum automedicar-se ou tentar qualquer tipo de tratamento que possa comprometer a sua saúde, devendo consultar sempre o seu médico em caso de dúvidas.