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Varizes: nova solução técnica minimamente invasiva

publicado em 14 Out. 2019

As varizes dos membros inferiores são uma condição clínica crónica, que afeta as veias das pernas e com um curso progressivo ao longo da vida. Os principais sintomas associados a esta patologia são a sensação de peso, dor, inchaço, particularmente agravados com o calor ou ao longo do dia e aliviados com a elevação dos membros inferiores.

 

Normalmente o doente apresenta, nas fases iniciais da doença, pequenas varizes reticulares, posteriormente cordões venosos e numa fase mais avançada da doença poderá ter alterações da pele com pigmentação e até mesmo a presença de úlceras de difícil cicatrização. Alguns dos principais fatores associados são a obesidade, posição de pé prolongada, história familiar de varizes e ser do sexo feminino.

 

O impacto é significativo, em todo mundo estima-se que aproximadamente 25 a 33% das mulheres e 10 a 20% dos homens apresentam varizes. Em Portugal, aproximadamente 2 milhões de mulheres com mais de 30 anos sofrem de doença venosa, e está documentado que metade dos doentes que sofrem desta patologia nunca realizaram qualquer tipo de tratamento específico.

 

Estes dados demonstram que é cada vez mais importante a realização de um diagnóstico precoce e um tratamento atempado, dado que é uma doença que afeta significativamente a qualidade de vida da população ativa.

 

As várias modalidades de tratamento existentes têm vindo a sofrer um desenvolvimento tecnológico progressivo com uma grande tendência para tornar os procedimentos menos invasivos, mais cómodos para o doente e com uma recuperação mais facilitada.

 

Mais recentemente surgiu o método adesivo endovenoso, que consiste na introdução de uma substância denominada “cola de cianoacrilato” no interior das veias que queremos tratar. Trata-se de um método que dispensa a utilização de técnicas anestésicas, a veia a tratar é puncionada e procede-se à introdução da “cola de cianoacrilato” no seu interior, sempre com controlo de ecografia, o que irá resultar a curto prazo na eliminação da veia tratada.

 

Após a intervenção o doente é encorajado a caminhar diariamente, não havendo a necessidade de utilização de meias elásticas após o procedimento e comparativamente aos outros métodos minimamente invasivos disponíveis, tais como o laser ou a radiofrequência os doentes apresentam menos hematomas e sem risco de queimaduras associadas. Está descrito que o desconforto após o procedimento é residual e os doentes submetidos a este tipo de tratamento podem retomar a sua atividade laboral quase de imediato.

 

Importa salientar, que cada tipo de tratamento deverá ser individualizado caso a caso, sendo necessária a consulta com um especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular.