A Oculoplástica é a área da Oftalmologia que cuida das alterações ao nível das pálpebras, órbitas e vias lacrimais.
O domínio que o cirurgião oculoplástico possui sobre a complexa anatomia das pálpebras e a sua relação íntima com os olhos, a familiariedade com o globo ocular e estruturas associadas são essenciais para uma cirurgia correta e segura.
A Oculoplástica engloba uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos sendo os mais frequentes a remoção de tumores oculares, correção de malposições palpebrais involutivas ou traumáticas, adaptação de próteses oculares em olhos atróficos e reparação das vias lacrimais.
O excesso de lágrimas é uma das queixas mais comuns num consultório de Oftalmologia. Quando o excesso de lágrimas se deve a uma produção aumentada definimos como Lacrimejo, quando se deve a uma drenagem insuficiente denominamos de Epífora.
Ao avaliar o excesso de lágrimas devemos ter presente que a lágrima é fundamental para manter os olhos lubrificados e constitui um mecanismo de defesa. A lágrima é produzida nas glândulas lacrimais e quando pestanejamos ela espalha-se pela superfície ocular acabando por ser drenada pelo sistema lacrimal para a cavidade nasal.
Com efeito, nem sempre um lacrimejo aumentado é sinal de patologia. É normal que se estivermos expostos a ambientes com muito fumo, pó ou vento o lacrimejo seja superior ao normal. É um mecanismo de defesa natural do olho, temporário e que resolve sem qualquer tratamento.
O lacrimejo, constitui um problema quando esta situação se torna persistente acabando por se associar a outros sintomas. É o que acontece quando temos um processo inflamatório associado (alergias) ou infecioso (conjuntivites ). Regra geral, tratando a patologia de base resolvemos o lacrimejo.
A epífora, por sua vez, deve-se a processos obstrutivos e pode acometer adultos e crianças .
Nas crianças, ocorre frequentemente nos recém nascidos e na generalidade dos casos a resolução é espontânea. Nos restantes, quando a epífora persiste deve realizar-se uma sondagem e irrigação do ducto nasolacrimal. A idade de realização sugerida para este procedimento é entre os 10 e 14 meses.
Nos adultos, a fisiopatologia da obstrução do ducto nasolacrimal adquirida é desconhecida na maioria dos casos e o único tratamento definitivo é cirúrgico.
Uma das técnicas de eleição é a dacriocistorrinostomia que pode ser externa endonasal ou transcanalicular com laser. A maioria destas cirurgias pode ser realizada apenas com anestesia local, com possibilidade de sedação leve monitorizada para maior conforto. Não implica internamento hospitalar e o pós operatório é praticamente indolor.
A eleição da técnica vai depender de cada paciente segundo o nível e grau de obstrução, da anatomia da via lacrimal e do estado da fossa nasal. Uma cirurgia bem indicada associada a um conhecimento intrínseco da anatomia lacrimal e estruturas adjacentes permite excelentes resultados estéticos e funcionais.