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Pediatria renovada no Trofa Saúde Hospital em Braga Centro

publicado em 26 Jun. 2017

Ser responsável por criar uma criança parece à primeira vista, um «bicho-de-sete-cabeças».

 

Independentemente dos cuidadores (pais, avós, familiares biológicos ou afetivos), zelar por um ser humano que nasce totalmente dependente, e que mesmo à medida que vai crescendo necessita do olhar atento do adulto implica tempo, disponibilidade, muito carinho e uma dose q.b. de conhecimentos sobre saúde infantil.

 

Criar uma criança é mais do que assegurar a alimentação, as vacinas, o crescimento saudável e o tratamento se está doente. Significa também educar: incentivar um bom comportamento mostrando satisfação, sem esquecer os castigos quando merecidos. Desde cedo que se aprendem a testar os limites, e uma figura parental consistente e firme que defina regras e explique o que está certo e errado, ajuda a gerar segurança. Entre sucessos e falhas, em casa e na escola, é importante servir de fio-de-prumo, com equilíbrio e ponderação: mimos, sermões, brincadeiras e muitas conversas à mistura, tendo em atenção as diversas fases de desenvolvimento, num contínuo de aprendizagem, até se formar um adulto autónomo que assimilou valores adequados para a vivência em sociedade.
É uma tarefa difícil mas gratificante. Atualmente, o suporte da rede de apoio da família alargada é imprescindível, principalmente se ambos os pais trabalham, com horários difíceis de conciliar com as atividades dos filhos. É importante o acompanhamento em equipa com a escola, sendo que o Pediatra assume um papel essencial de retaguarda para assegurar que tudo corra bem.

 

Todas as especialidades têm particularidades próprias; transversal a todas é a noção da Medicina ser uma ciência de seres humanos. Profissionais que lidam de perto com crianças e adolescentes devem adquirir ao longo dos anos de experiência uma forma de abordagem distinta com uma sensibilidade especial intrínseca, adaptada à fase de crescimento da criança, desde que nasce até ao final da adolescência, sem esquecer o enquadramento no seu ambiente familiar – esta atitude é uma condição fundamental para ser um «bom médico de crianças», não sendo suficientes as competências da prática médica aprendidas durante o curso, nos estágios, em livros e artigos científicos.

 

Ir para além da «atitude de bata branca», compreender as necessidades das crianças e adolescentes, estar presente com eficácia nos momentos de doença e promover a saúde, cultivando estilos de vida saudáveis, escutando com paciência as angústias os pais e observando a linguagem não-verbal, são aspetos essenciais da Consulta Pediátrica.

 

No âmbito desta perspetiva holística, há muitos anos, em diversos países europeus o papel do Pediatra de Ambulatório tem assumido uma importância crescente, sendo possível os pais escolherem o Pediatra para os seus filhos através de Programas de Saúde.

 

Graças à evolução da Medicina, os internamentos hospitalares em Pediatria reduziram drasticamente também em Portugal, um dos países que se pode orgulhar de possuir uma das mais baixas taxas de mortalidade infantil.
A existência de Centros de Ambulatório Pediátricos, diferenciados para o atendimento dedicado especificamente a esta faixa etária, em que o Pediatra está acessível e em permanente comunicação com as diversas especialidades necessárias para assegurar cuidados de excelência, numa abordagem multidisciplinar que privilegia não só as fases de doenças agudas mais frequentes, mas também o apoio à parentalidade e a outros aspetos que abrangem cuidados preventivos, são uma mais-valia e um porto de abrigo para reduzir a ansiedade de quem cuida de crianças.