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Ansiedade: origem, manifestações e acompanhamento médico

publicado em 26 Jan. 2020

A ansiedade é um estado desagradável de agitação interior e antecipação negativa de resultados. Pode ser apropriada (surge perante situações e acontecimentos de vida que a justificam), ou recorrente (surge sem que aparentemente nada o justifique). Em qualquer circunstância, tem sempre um impacto negativo no dia a dia da pessoa, provocando cansaço, tristeza e alterações do quotidiano.

 

As diferentes pressões vividas diariamente a nível profissional, social, financeiro e familiar, fazem, às pessoas mais suscetíveis, sentir medo de falhar ou até recear que eventos (até os mais banais) tenham resultados negativos, o que, por si só, gera estados de ansiedade.

 

A ansiedade torna-se problemática quando experienciada regularmente. Cria uma tonalidade negativa generalizada no estado de humor e apreensão negativa em relação ao futuro. Quando inclui alterações comportamentais, tais como evitar situações, manifestações somáticas (cefaleia, dispneia, taquicardia, tremores, vertigem, sudorese, parestesias, náuseas, diarreia, etc.) e psíquicas (inquietação interna, insegurança, insónia, irritabilidade, desconforto mental, dificuldade de concentração, etc.), o doente deverá procurar ajuda especializada. A ansiedade pode por vezes ser causada por problemas de saúde existentes (por exemplo, doenças cardíacas, hormonais ou pulmonares) ou até pelo uso de medicamentos ou drogas diversas.
Na presença dos sintomas descritos deverá recorrer ao seu médico de medicina geral e familiar. O tratamento poderá contemplar a causa desencadeadora, nos casos em que tal seja adequado, tratamento de outros problemas de saúde ativos, terapia medicamentosa e acompanhamento cognitivo e comportamental. O médico poderá sugerir consultar outros profissionais caso tal se revele pertinente.

 

Muito frequentemente, a ansiedade conduz à fuga de situações quotidianas na tentativa, normalmente vã, do doente manter os níveis de ansiedade em intervalos suportáveis e controlados. A um nível cognitivo, é frequente a constante antecipação negativa e catastrófica das situações. Estes padrões acabam por acumular muito impacto negativo e diminuir a qualidade de vida. A pessoa deixa de empreender ações que deseja e que contribuem para os seus objetivos, começa a sentir-se afastada, fracassada, deprimida e isolada.

 

Sem tratamento, um ciclo vicioso negativo instala-se. Para quebrar esse ciclo vicioso é necessário a intervenção de equipas multidisciplinares. Para reverter o padrão cognitivo de antecipação negativa, fortalecer a autoconfiança e autoestima e alterar padrões comportamentais de fuga, recorre-se à psicoterapia. O psicólogo poderá assistir, também, na adoção de estratégias para melhor gerir diretamente a ansiedade, tais como técnicas respiratórias, relaxamento e redirecionamento de atenção. O médico cuidará de reverter os aspetos físicos e químicos associados e condição geral de saúde. Quando se atingem estes objetivos, a pessoa começa a acumular experiências de sucesso, a viver o seu dia a dia de forma mais concordante com as suas aspirações e o estado de humor altera-se positivamente.

 

Na dúvida, consulte o seu médico.