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Mutismo seletivo – O gato comeu-te a língua!

publicado em 23 Abr. 2024

“Que mal-educado!”, “Nem responde!”, “Que criança sem educação”, ” O gato comeu-te a língua!”, são exclamações que os pais ou cuidadores de crianças com o diagnóstico de mutismo seletivo ouvem frequentemente no seu dia-a-dia.

 

O mutismo seletivo é uma perturbação da ansiedade infantil, caracterizada pela incapacidade de a criança falar em determinados contextos sociais, não é caracterizado pelo total desaparecimento da linguagem. As pessoas com mutismo seletivo são capazes de falar em algumas situações, e incapazes de falar em outras, geralmente em contextos sociais específicos, como na escola ou em situações públicas.

 

É uma perturbação da ansiedade social que afeta crianças, e os sintomas geralmente são observados em contextos sociais, onde a criança sente-se mais ansiosa ou desconfortável. Não é uma condição que aparece “apenas em “certos dias”; é uma característica consistente do comportamento da criança em situações específicas.

 

Ao longo dos anos, tem havido um aumento na consciencialização e na pesquisa sobre o mutismo seletivo. Os profissionais de saúde mental têm desenvolvido estratégias de tratamento mais eficazes com base em evidências empíricas. No entanto, é importante reconhecer que, de fato, pode haver menos recursos disponíveis em comparação com as perturbações mais amplamente estudados.

 

A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), pode ser uma parte crucial do tratamento. A psicoterapia ajuda a pessoa a perceber e lidar com os pensamentos e sentimentos relacionados com a sua dificuldade em falar em certos contextos.

 

O tratamento do mutismo seletivo envolve uma abordagem multidisciplinar psicoterapia e, em certos casos, a possibilidade de tratamento farmacológico. De acordo com a literacia existente acerca do tema observou-se que não existem orientações específicas para o tratamento do mutismo seletivo, pois, trata-se de uma perturbação pouco conhecida, o que dificulta o diagnóstico e a planificação de estratégias para um tratamento.

 

A abordagem multidisciplinar é muitas vezes recomendada, pois envolve profissionais de diferentes áreas: pedopsiquiatria, de medicina interna, psicologia, terapia da linguagem, professores e professor de ensino especial, que podem trabalhar em conjunto para avaliar a criança, elaborar o perfil da criança, entender as suas necessidades e implementar estratégias de intervenção comportamental. Isso pode ajudar a criança a superar os desafios associados ao mutismo seletivo e melhorar a sua qualidade de vida.

 

A literacia refere que a causa do mutismo seletivo não é completamente conhecida: fatores genéticos e ambientais poderão contribuir para a etiologia, descrevendo a existência de variáveis externas (acontecimentos stressantes, mudança de residência, separação dos pais, entrada para a escola…) que são preponderantes para o aparecimento desta problemática.

 

Resumindo, o mutismo seletivo é uma perturbação da ansiedade social em que a pessoa, geralmente uma criança, é capaz de falar, mas sentem medo efetivo de falar e medo associado a estabelecer relações /interações sociais com pessoas não familiares. Em certas situações sociais devido à ansiedade.