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Operar o Joanete provoca muita dor?

publicado em 04 Jan. 2024

O joanete, ou hallux valgus (termo técnico), é uma das deformidades mais comuns do pé, caracterizada pelo desvio lateral do dedo grande e pelo desvio medial do primeiro metatarso (provocando a saliência característica na base do primeiro dedo).

 

As causas não são completamente conhecidas, no entanto existem fatores que aumentam o risco de aparecimento da deformidade.

 

Exemplos de fatores de risco intrínsecos ao doente:

  • Sexo feminino (afeta cerca de 10 a 15 vezes mais as mulheres que os homens)
  • Hereditário
  • Pé plano (“pé raso” ou “pé chato”)
  • Doenças reumatológicas

 

Exemplos de fatores de risco extrínsecos ao doente:

  • Calçado (utilização frequente de calçado de ponta fina e com saltos, por exemplo)
  • Sobrecarga provocada pela atividade física

 

Normalmente, existe uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos ao doente que resulta no joanete.

 

Trata-se de uma deformidade progressiva que, numa fase inicial, pode provocar desconforto esporádico local que agrava com o calçado apertado. Pode provocar também edema, rubor (“articulação inchada e vermelha”) e calosidades dolorosas.

Com o agravamento, pode aparecer dor constante, incapacidade de usar calçados e limitação funcional associada a alteração da biomecânica da marcha.

 

O diagnóstico é feito com base na história clínica e na avaliação física especializada. A radiografia em carga é útil para determinar a gravidade da lesão e orientar a escolha do tratamento. Nalguns casos, poderá ser necessário uma avaliação por TAC ou RMN.

Tratamento

Não existe um tratamento único para todos os joanetes, ou seja, a escolha do tratamento é feita caso a caso.

 

Não é necessário realizar tratamento nos doentes com hallux valgus sem sintomas ou repercussão funcional.

 

Nos casos ligeiros, poderá ser recomendado o tratamento conservador (não cirúrgico), tais como adaptação do calçado, analgésicos e anti-inflamatórios. Não há evidências de que os espaçadores e outras ortóteses melhorem a deformidade.

 

Se o tratamento conservador não resultar ou nos casos com deformidades mais graves e sintomáticos, o tratamento cirúrgico deverá ser recomendado

 

Tratamento cirúrgico – é o único capaz de corrigir a deformidade.

 

Muitos doentes relutam em corrigir o problema devido ao imaginário de que a cirurgia é muito agressiva e dolorosa

 

Do ponto de vista cirúrgico, as técnicas atuais tornaram-se mais precisas, mais confiáveis e menos invasivas, permitido uma recuperação mais rápida (com sapato apropriado o doente pode apoiar o pé no chão no dia seguinte!) e menos dolorosa.

 

Existem centenas de técnicas descritas.

A via percutânea, por exemplo, permite que o procedimento seja realizado através de pequenas incisões sem exposição dos planos ósseos e com menor agressão aos tecidos moles, permitindo uma cicatrização e mobilização precoce e com pouca dor.