No primeiro trimestre do ano 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu a conhecer publicamente um relatório indicando que o predomínio da sintomatologia de ansiedade excessiva, na população mundial, apresentou um aumento na ordem de 25%, durante o primeiro ano de pandemia COVID-19. O contexto de restrição ao contacto social, os sentimentos de solidão e as incertezas relativamente ao futuro, no domínio pessoal e profissional, estão entre os fatores que mais contribuíram para este aumento.
Para além da compreensão dos fatores responsáveis pelo aparecimento de sintomatologia excessiva de ansiedade e que contribuem para a sua manutenção e/ou agravamento, importa salientar que o estado de ansiedade se sustenta em pensamentos associados à imprevisibilidade da possibilidade da presença de uma ameaça.
Ou seja, a ansiedade elevada surge e agrava-se com o aparecimento de pensamentos automáticos, irrealistas ou improváveis e, na maioria das vezes, catastróficos, que levam à idealização da presença e das consequências de uma potencial ameaça, preparando o organismo para uma resposta fisiológica exagerada, perante algo que poderá ou não aparecer, no futuro.
Na realidade, um estado de excesso de ansiedade torna-se nefasto, sob o ponto de vista prático do quotidiano, uma vez que tende a bloquear os indivíduos, impedindo-os de realizarem as suas atividades e de atingirem eficazmente as suas metas.
No entanto, a ansiedade está presente em todos os seres humanos, sendo algo que nos acompanhará sempre ao longo da vida e dentro de valores aceitáveis, que variam de pessoa para pessoa, é inerente à condição humana.
Perante a evidência científica mais recente, é possível que os indivíduos adquiram estratégias e metodologias diárias para a regulação das suas reações internas, integrando uma maior consciência na gestão emocional e permitindo aumentar a sua capacidade para assumirem o controlo perante os pensamentos inerentes à ansiedade, assim como a habilidade para os poderem modificar.
Desta forma, as pessoas que apresentam problemas na regulação da sua ansiedade podem aprender a gerir melhor esta condição, recorrendo ao auxílio de profissionais certificados, que os auxiliarão a compreender o que está associado aos seus estados ansiógenos e o que fazer para prevenir o aparecimento de crises de ansiedade, assim como intervir adequada e eficazmente na sua sintomatologia, promovendo uma maior capacidade de autogestão.
Em última instância, o objetivo é tornar possível, para quem sofre desta patologia, a capacidade de lidar melhor com os problemas subjetivos relacionados com os estados de ansiedade, possibilitando um estilo de vida mais descontraído.