O burnout, ou síndrome de esgotamento profissional, é um tipo específico de stress ocupacional, ou seja, de stress provocado pelo trabalho. Caracteriza-se pela exaustão emocional, diminuição do envolvimento pessoal no trabalho e redução do sentimento de realização pessoal.
A categoria docente é uma das mais expostas a ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho, pois sofrem diferentes domínios de pressão, que são originados por várias razões, entre elas:
- Os alunos, através da sua baixa motivação e pelos comportamentos de indisciplina;
- A própria natureza do trabalho que exige pressões de tempo, excesso de tarefas a realizar e lidar com a contante mudança;
- Pelas relações estabelecidas com os colegas e a organização escolar, que passa por conflitos profissionais, baixo apoio social e a avaliação por parte da direção da escola e/ou ministério.
Os contextos educativos que não protegem a saúde psicológica e bem-estar das/os docentes aumentam o risco de absentismo e rotatividade. Deste modo, afeta as aprendizagens dos estudantes, um custo económico significativo e o clima escolar. Por exemplo, perder um/a docente a meio do ano provoca o equivalente a uma perda de 32 a 72 dias de aprendizagem para os/as estudantes.
O ensino em Portugal tem sido alvo de grandes desafios devido às transformações sociais, políticas e económicas bastante rápidas e acentuadas. Mais de 60% dos professores portugueses sofrem de burnout, devido a fatores como a excessiva burocracia, a indisciplina e a sensação de não conseguirem acompanhar os alunos individualmente.
Segundo o relatório de Eurydice (2021), Portugal apresenta-se em primeiro lugar no ranking de stress no local de trabalho, 90% dos docentes queixam-se de algum tipo de stress e ainda, na categoria de “muito stress”, Portugal tem mais do dobro dos relatos da União Europeia (16% UE vs. 35% Portugal).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada oito pessoas sofre de alguma perturbação mental, ao passo que 32% da população mundial economicamente ativa enfrenta burnout. Em 2021, Portugal encontrou-se em primeiro lugar a nível europeu, com maior risco de burnout.
Mas como saber se está numa situação de burnout?
Os principais sintomas caracterizam-se pela exaustão emocional, diminuição da realização profissional, baixa motivação, propósito e envolvimento no trabalho, sintomas físicos, menor bem-estar e satisfação com a vida em geral e deterioração das relações sociais e familiares.
Marque a sua consulta com um psicólogo /psicoterapeuta da sua confiança para, em equipa avaliar, estratégias e encontrar formas de minimizar danos e salvaguardar consequências maiores quer para a saúde mental quer nas relações interpessoais. O stress é como uma torneira a pingar, mal se vê mas vai dando cabo de um edifício inteiro.
