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Há uma idade certa para colocar Aparelho Ortodôntico?

publicado em 21 Fev. 2021

Não existe uma idade definida para colocação de aparelho ortodôntico, no entanto, há um momento oportuno de intervenção consoante o problema que está na base da má oclusão dentária. Este problema é variável de caso para caso, tornando-se assim evidente a necessidade de uma avaliação por parte de um médico dentista ortodontista. Então, quando fazer essa avaliação?

 

A Associação Americana de Ortodontia aconselha que a mesma seja efetuada por volta dos 6 anos de idade, altura em que erupcionam os primeiros dentes definitivos, contudo, existem algumas situações em que é necessária uma intervenção mais precoce. Nesse sentido, é fundamental uma avaliação e um diagnóstico atempado para determinar o que está na base dessa má oclusão. Se a causa estiver relacionada com a parte óssea ou com o desenvolvimento dos maxilares, é muito importante não perder o “timing“ ideal de intervenção e assim evitar tratamentos mais complexos de futuro, como a cirurgia ortognática. Atualmente, esta área da medicina dentária oferece diversas possibilidades de intervenção, de acordo com as situações clínicas.

 

A Ortodontia Preventiva, por exemplo, tem como principal objetivo a prevenção de possíveis problemas que podem ser percebidos em crianças durante o crescimento ósseo facial e durante o início da troca dos dentes de leite pelos dentes definitivos. Isto pode acontecer entre os 5 e os 12 anos, e implica uma abordagem educativa de correção e eliminação de maus hábitos que podem comprometer o correto desenvolvimento da arcada dentária, como, por exemplo a sucção digital (chupar o dedo), o uso de chupeta, a onicofagia (roer as unhas), a respiração só pela boca e a colocação da língua entre os incisivos na deglutição e dicção. Nesses casos é, muitas vezes, necessária a colaboração de Otorrinolaringologia e Terapia da Fala. Os aparelhos usados nesta fase são habitualmente removíveis.

 

A Ortodontia Intercetiva, por sua vez, tem o propósito de “travar “ um problema oclusal ou dentário, para que ele não se instale completamente, como, por exemplo uma mordida cruzada, mordida aberta, “céu-da-boca” estreito, apinhamento dentário, desenvolvimento desigual do maxilar superior e inferior, dentes anteriores salientes, entre outros. Estas intervenções têm impacto na aparência e autoestima da criança, na correção de hábitos orais nocivos, na preservação de espaço para a correta erupção dos dentes definitivos, no adequado crescimento craniofacial, no redirecionamento do crescimento da maxila e da mandíbula e na redução do tempo de tratamento. Os aparelhos usados nesta fase podem ser removíveis ou fixos.

 

Contudo, a ortodontia mais comummente vista é a Ortodontia Corretiva, que se destina à correção de uma má oclusão já instalada. Este tipo de tratamento é efetuado a partir dos 12 anos, quando a dentição permanente estiver completa. Os aparelhos usados nesta fase são essencialmente fixos e, de acordo com a sua especificidade, podemos dividi-los em convencionais (brackets na face externa dos dentes e utilização de arcos e ligaduras elásticas), autoligáveis (brackets na face externa dos dentes e utilização de arcos, mas sem o uso de ligaduras elásticas), linguais (brackets colocados na face interna dos dentes, sem que seja visível qualquer aparatologia), e alinhadores invisíveis, que consistem numa sequência de goteiras removíveis e transparentes.

 

Em jeito de conclusão, podemos então afirmar que o tratamento que mais bem se adequa a cada doente só poderá ser determinado após a realização de um rigoroso estudo de ortodontia feito pelo médico dentista ortodontista. Porém, é fundamental ter em conta que a avaliação e diagnóstico devem ser efetuados precocemente, de forma a obter os melhores resultados.