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Fasceíte Plantar: causas e tratamento

publicado em 10 Abr. 2025

O que é a Fasceíte Plantar?

A fasceíte plantar é uma patologia caracterizada pela inflamação da fáscia plantar, uma estrutura fibrosa que se estende do calcâneo (osso do calcanhar) até à base dos dedos e desempenha um papel crucial no caminhar e na corrida.

 

Embora frequentemente se associe ao esporão do calcâneo (proeminência óssea que se pode formar no calcâneo), a presença deste esporão raramente é a causa direta de dor.

 

As queixas estão normalmente associadas à inflamação da fáscia plantar e podem ocorrer desde o calcanhar até perto dos dedos.

Quais as causas?

A sua etiologia envolve múltiplos fatores mecânicos e fisiopatológicos. Entre estes, destacam-se a sobrecarga repetitiva decorrente de atividade física intensa, alterações na distribuição do peso corporal, obesidade, uso de calçado inadequado e desvios na biomecânica (funcionalidade) do pé. É frequente associar-se a “pés planos” e “pés cavos”.

 

O esporão do calcâneo é visto como uma consequência da inflamação prolongada, mas não a causa direta da dor. Nem todos os doentes com esporão desenvolvem fasceíte, e o contrário também é verdadeiro.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns incluem rigidez matinal, dor aguda na região da planta do pé, principalmente durante os primeiros passos de manhã ou após períodos prolongados de repouso.

 

A dor tende a diminuir com o caminhar, mas pode agravar-se após atividades intensas ou longos períodos em pé e, com o passar do tempo, piorar até se tornar incapacitante.

Diagnóstico

O diagnóstico baseia-se principalmente numa avaliação clínica minuciosa realizada pelo podologista, que integra a análise do histórico do doente com o exame clínico.

 

Quando necessário, pode-se recorrer a exames complementares de diagnóstico como ecografia, radiografia e ressonância magnética. A distinção (diagnóstico diferencial) entre fasceíte plantar e outras patologias é fundamental para orientar o tratamento adequado.

 

Por exemplo, a neuropatia de Baxter (compressão do ramo inferior do nervo plantar lateral) pode ser confundida com fasceíte plantar.

Tratamento

O tratamento deverá ser essencialmente conservador. Medidas como repouso relativo, aplicação de gelo e a utilização de anti-inflamatórios têm papel relevante na fase aguda, sem nunca esquecer a importância de calçado adequado.

 

Técnicas de terapia manual poderão ser importantes, nomeadamente para reequilibrar as cadeias musculares (alongamento e reforço), não só do pé mas de todo o membro inferior. Estudos científicos comprovam a eficácia das ortóteses plantares personalizadas (palmilhas) que, ao corrigir anomalias biomecânicas/funcionais, reduzem a tensão na fáscia e promovem a recuperação do tecido inflamado.

 

Há também a possibilidade de recorrer a tratamentos complementares como ondas de choque, radiofrequência, ultra-sons, entre outros.

 

Em casos mais graves e persistentes poderá ser adequado realizar infiltração local com anti-inflamatório. O tratamento cirúrgico é raramente necessário e só deve ser ponderado em casos graves e persistentes que não respondem a outros tratamentos.

Prevenção

As medidas preventivas incluem a manutenção de um peso corporal adequado, a escolha de calçado que ofereça estabilidade e amortecimento apropriados, a prática regular de exercícios de alongamento e fortalecimento de todo o corpo e, neste caso, com especial foco nos membros inferiores.

 

A identificação precoce dos primeiros sinais de desconforto e a intervenção imediata podem diminuir o risco de progressão para uma fasceíte plantar crónica.