O que é a Depressão?
A Depressão, ou Transtorno Depressivo Major, é uma doença frequente que pode surgir em qualquer pessoa, em qualquer fase da vida.
A sua manifestação vai muito além de estar “em baixo” ou “triste” por uns dias baseia-se na presença de um conjunto de sintomas, presentes há pelo menos duas semanas, que causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida da pessoa.
O que pode causar depressão?
Não existe uma única causa. Normalmente, vários fatores se relacionam:
- Biológicos: alterações químicas no cérebro, tendência familiar ou doenças crónicas.
- Psicológicos: podem incluir baixa autoestima, experiências dolorosas passadas, ou dificuldade em lidar com perdas.
- Sociais: como por exemplo o isolamento, desemprego, conflitos familiares, problemas financeiros ou violência.
- Hábitos e estilo de vida: podem aumentar o risco de desenvolver a doença, principalmente quando estão associados a consumos excessivos (álcool ou drogas), sedentarismo e noites mal dormidas.
Quais são os sintomas da depressão?
Para ser considerado o diagnóstico, o doente deve ter obrigatoriamente o humor deprimido ou perda de interesse/prazer nas atividades do dia-a-dia e outros sintomas.
Contudo, as manifestações da Depressão variam, sendo as mais frequentes:
- Tristeza persistente; perda de interesse ou prazer em atividades; sentimentos de culpa ou de inutilidade.
- Dificuldade na concentração ou em tomar decisões; agitação ou lentificação dos pensamentos; pensamentos negativos repetitivos.
- Alterações do sono (dormir pouco ou em excesso); mudanças no apetite e no peso; cansaço extremo; dores sem explicação clara.
- Afastamento de amigos e família; faltar a eventos sociais; baixo rendimento no trabalho ou na escola; falta de motivação.
Em casos mais graves, podem surgir pensamentos de morte ou de suicídio, que exigem atenção médica imediata.
Como é feito o diagnóstico na consulta de Medicina Geral e Familiar?
O diagnóstico é feito através do diálogo aberto entre o médico e o doente. O médico vai questionar há quanto tempo surgiram os sintomas, de que forma afetam a vida do doente e se existem no historial clínico outros problemas de saúde, medicação crónica ou consumo de substâncias. Muitas vezes, podem ser feitos exames para excluir doenças que imitam os sintomas da depressão, como problemas da tiróide ou défices de vitaminas.
O médico de família, pela proximidade com o doente e a sua família, tem um papel privilegiado na identificação precoce da depressão. Além disso, pode articular com Psiquiatria ou Psicologia sempre que necessário, funcionando como aliado no tratamento.
Qual é o tratamento da depressão?
O tratamento é personalizado, tendo em conta a gravidade dos sintomas, os antecedentes e as preferências do doente. As principais abordagens incluem:
- Psicoterapia: conversar com um psicólogo pode ajudar a identificar padrões de pensamento e aprender novas formas de lidar com as dificuldades.
- Medicação: os antidepressivos podem ser necessários em alguns casos, sempre sob orientação médica.
- Estilo de vida saudável: atividade física regular, alimentação equilibrada, higiene do sono e redução do consumo de álcool e drogas contribuem para a recuperação.
- Acompanhamento contínuo: o médico de família monitoriza a evolução, ajusta o tratamento e mantém um apoio próximo, em articulação com outros profissionais de saúde.
É possível prevenir a depressão?
Nem sempre é possível prevenir a depressão, mas algumas medidas reduzem o risco e ajudam a manter o equilíbrio emocional:
- Criar rotinas saudáveis de sono e alimentação. Manter-se fisicamente ativo.
- Manter contacto com amigos e familiares.
- Aprender a gerir o stress com técnicas de relaxamento.
- Procurar ajuda médica ao primeiro sinal de alerta, evitando o agravamento da situação.
- Falar sobre saúde mental com o médico de família, que é um profissional de proximidade e confiança.