Os joanetes, ou hallux valgus, são uma deformação do dedo grande do pé que acontece quando o seu alinhamento natural se altera e o dedo começa a desviar-se em direção ao segundo dedo. Este desvio provoca a formação de uma saliência óssea na parte interna do pé, na articulação entre o dedo grande e o pé. Esta zona pode inflamar, tornar-se sensível e causar dor.
O termo “hallux” refere-se ao dedo grande do pé e, como este passa a apontar para o lado externo, na direção do dedo mínimo, falamos de um desvio “valgo”. Esta alteração leva, inevitavelmente, ao aparecimento da saliência característica a que chamamos joanete.
Esta deformação interfere com o alinhamento correto dos dedos e, em casos mais avançados, a pressão exercida pelo hallux pode provocar alterações no segundo dedo, que acaba por empurrar o terceiro, e assim sucessivamente.
Os joanetes resultam da combinação de fatores anatómicos, genéticos e ambientais. As causas mais frequentes incluem:
• Predisposição genética (pé mais largo, instabilidade articular, formato ósseo)
• Calçado inadequado, especialmente sapatos apertados, de biqueira fina ou saltos altos
• Alterações biomecânicas, como pé plano ou hiperpronado
• Doenças articulares, como artrite reumatoide
• Laxidão ligamentar
Os principais sintomas incluem:
• Saliência óssea visível na base do dedo grande
• Dor ao caminhar ou ao usar certos sapatos
• Vermelhidão, inflamação ou calor local
• Calosidades na lateral do dedo ou na planta do pé
• Desvio do dedo grande em direção aos outros dedos
• Em casos avançados: dificuldade em apoiar o pé, sobreposição de dedos ou rigidez articular
O diagnóstico baseia-se numa avaliação clínica completa e na história dos sintomas. Quando necessário, procede-se à observação direta da laringe através de laringoscopia. Exames adicionais são realizados apenas nos casos persistentes ou severos, ou quando existe suspeita de causas menos comuns.
O tratamento varia conforme a gravidade da deformidade e dos sintomas. As medidas conservadoras servem para aliviar o desconforto e atrasar a progressão, incluindo calçado adequado, palmilhas, protetores ou separadores, aplicação de gelo, medicação analgésica ou anti-inflamatória quando indicada e fisioterapia para melhorar o alinhamento do pé. Estas estratégias ajudam a controlar os sintomas, mas não corrigem a deformidade.
A cirurgia é considerada quando a dor interfere com as atividades diárias, o desvio é acentuado ou os tratamentos conservadores não resultam. O objetivo é realinhar as estruturas do pé e a técnica é escolhida conforme o grau de deformidade. O pós-operatório implica um período de recuperação e o uso de calçado especial.