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Cálculos do trato urinário superior

publicado em 22 Mar. 2019

Os cálculos, “pedras”, do rim e ureter (canal que liga o rim à bexiga) são cada vez mais frequentes, podendo atingir uma prevalência de 20%. A doença é mais frequente nos homens, apesar da diferença entre géneros ser cada vez menor, e ocorre, sobretudo, entre os 30 e os 60 anos de idade. Os países mediterrânicos como Portugal são dos que apresentam maior prevalência, sendo a patologia mais frequente nos meses de verão. É um problema que atinge principalmente os indivíduos de raça caucasiana. As profissões que implicam exposição ao calor e desidratação constituem fatores de risco, tais como as profissões mais sedentárias. O excesso de peso, a diabetes, a elevação do colesterol/triglicerídeos e a hipertensão arterial aumentam o risco de cálculos, que estão associados a maior risco de doença cardíaca.

A maioria dos cálculos são de cálcio, seguido dos de ácido úrico e associados a infeções urinárias crónicas, sendo uma minoria causados por medicamentos específicos ou defeitos genéticos raros.

Os cálculos urinários apresentam uma taxa de recorrência elevada e contribuem significativamente para o risco de insuficiência renal (falha na função dos rins) se não forem vigiados e, quando necessário, atempadamente tratados.

A principal manifestação da doença é a cólica renal (dor lombar ou abdominal), sendo o diagnóstico inicial geralmente efetuado após um episódio de dor. Podem ainda dar origem a urina com sangue e queixas urinárias semelhantes às de uma infeção urinária da bexiga. Muitas vezes os doentes estão assintomáticos e apenas descobrem após a realização de um exame de imagem (Raio-X, ecografia, TAC, entre outros) destinado a outro problema de saúde.

Durante um episódio de cólica renal o tratamento é dirigido à dor. Em determinadas situações pode ser necessária uma cirurgia de urgência.

O tratamento eletivo dos cálculos pode ser feito através de:
Medicação (eficaz em determinados tipos de cálculos);
Litotrícia extracorporal por ondas de choque: procedimento não invasivo para fragmentação dos cálculos;
Cirurgia: mais frequentemente pela via endoscópica sem necessidade de incisões (com recurso a laser), por vezes por via percutânea (através de uma pequena incisão na pele criando um trajeto até ao rim) e muito raramente por cirurgia laparoscópica ou aberta.

A escolha do procedimento terapêutico depende do tipo, localização e tamanho dos cálculos. As principais indicações para o tratamento são a presença de sintomas, cálculos volumosos, obstrução à passagem de urina, infeções frequentes ou insuficiência renal. As complicações são pouco frequentes e facilmente resolvidas. A recuperação após estes procedimentos é rápida, estando o doente apto para o seu trabalho em poucos dias.

Os indivíduos com cálculos urinários devem manter uma vigilância regular. A prevenção de novos cálculos consiste numa dieta regrada, adoção de estilos de vida saudáveis e, em determinados tipos de cálculos, toma de medicamentos.