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Roncopatia na criança: o que deve saber

publicado em 14 Abr. 2021

O que é?
As dificuldades respiratórias do sono são muito comuns durante a infância, sendo a roncopatia, isto é, o ressonar, uma das mais frequentes. Na idade pediátrica, a roncopatia é geralmente causada pela obstrução respiratória, devido à presença de amígdalas e adenoides de grandes dimensões.

 

As amígdalas, localizadas na garganta, e as adenoides, que se encontram na região posterior do nariz, têm como função a produção de glóbulos brancos e anticorpos, ajudando o organismo a defender-se de microrganismos que invadem as cavidades nasal e oral. No entanto, não são estruturas essenciais e a sua remoção cirúrgica não parece causar qualquer problema ao sistema imunológico da criança.

 

Quando deve ser avaliado pelo Otorrinolaringologista?
Os sintomas da roncopatia são muito variados. Por vezes, nos casos mais graves, a roncopatia pode ser acompanhada de respiração permanente pela boca, voz anasalada, sono agitado e pausas respiratórias, o que poderá significar a presença da apneia do sono.

 

A criança com roncopatia e apneia do sono pode também ficar sonolenta, passando o dia irritada e cansada. Podem igualmente ocorrer dificuldades na escola, dificuldades na alimentação, urinar na cama à noite e atraso de crescimento.

 

A longo prazo, poderão surgir ainda alterações persistentes do desenvolvimento da face, nariz e da boca, tais como: rosto alongado, projeção e agrupamento dos dentes, lábio curto e palato (céu da boca) arqueado.

 

Na presença de alguma destas alterações, a criança deverá ser avaliada por um otorrinolaringologista.

 

Como é feito o diagnóstico?
A elaboração de uma história clínica detalhada associada a um exame físico cuidado na consulta de Otorrinolaringologia é muitas vezes suficiente para o diagnóstico. O médico otorrinolaringologista dispõe ainda de diferentes exames que podem auxiliar no diagnóstico e tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.

 

Como se trata?
Frequentemente, uma vigilância clínica associada à prevenção e tratamento da obstrução nasal e das infeções respiratórias é suficiente para o controlo da doença. Nos casos ligeiros, os sintomas desaparecem com o crescimento, sem sequelas.

 

A cirurgia para remoção das amígdalas (amigdalectomia) e das adenoides (adenoidectomia) é geralmente indicada nas crianças com obstrução grave das vias respiratórias, principalmente naquelas entre os 3 e 5 anos com dificuldades para dormir, com otite média e/ou sinusite de repetição. Nestes casos, para a remoção do volume das amígdalas pode ser utilizada a técnica de amigdalectomia parcial.

 

É uma técnica simples, onde usualmente se utiliza um bisturi de corte elétrico, que permite manter parte da estrutura das amígdalas e a sua função. Permite, ainda, uma recuperação mais rápida, com menos dor e menor risco de hemorragia. Frequentemente, a intervenção pode ser realizada em ambulatório (sem necessidade de internamento).