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Consulta do Viajante: o que precisa saber?

publicado em 24 Jun. 2025

Vivemos num mundo cada vez mais interligado, em que a circulação global de pessoas é uma realidade cada vez mais comum, seja por motivos profissionais, ou de lazer.

 

A saúde em viagem é, por isso, uma preocupação crescente, e é neste contexto que surge a Consulta do Viajante — uma oportunidade essencial para quem se prepara para viajar e quer garantir uma deslocação segura e informada.

 

O seu principal objetivo é orientar o viajante antes da sua deslocação, antecipando riscos e pro- movendo medidas preventivas para evitar doenças relacionadas com o destino.

 

Cada consulta é personalizada, tendo em conta as características do viajante, o seu estado de saúde, os destinos a visitar e as atividades planeadas.

 

O objetivo é que, no final da consulta, o viajante esteja plenamente consciente dos riscos que poderá enfrentar e saiba como os prevenir ou minimizar.

Preciso ou não de Consulta do Viajante?

Mesmo viagens consideradas simples podem implicar riscos para a saúde, pelo que a preparação adequada é fundamental. Deve considerar marcar esta consulta, especialmente se for:

 

  • Viajante que nunca viajou para fora da Europa: muitas doenças tropicais e infecciosas são desconhecidas por nós. Viajar para destinos onde existe maior risco de doenças transmitidas por mosquitos, alimentos, água ou contacto com animais exige uma preparação.
  • Quem desconhece os riscos do destino: cada país e até mesmo regiões dentro do mesmo país podem apresentar perfis epidemiológicos distintos. Conhecer as doenças locais, as vacinas obrigatórias e medidas preventivas são essenciais.
  • Grávida ou quem planeia engravidar: a gravidez altera o sistema imunitário, e algumas vacinas ou medicamentos não são recomendados durante este período. Além disso, certas doenças podem afetar o feto.
  • Crianças e idosos: estes grupos têm sistemas imunitários mais frágeis ou comprometidos, o que aumenta o risco de complicações caso contraiam uma doença infecciosa. É necessário ajustar as vacinas e os cuidados para garantir a máxima segurança.
  • Pessoas imunocomprometidas: indivíduos com doenças crónicas ou que estejam a realizar tratamentos imunossupressores (como quimioterapia, uso prolongado de corticosteroides, etc.) necessitam de uma abordagem individualizada para garantir segurança nas vacinas e profilaxias.
  • Turistas aventureiros e mochileiros: quem pretende fazer trekking, campismo, escalada ou visitar zonas remotas deve estar preparado para riscos específicos, como malária, doenças transmitidas por carraças ou acidentes com animais selvagens.
  • Quem planeia realizar atividades de risco ou desportos específicos: mergulho, desportos de aventura ou atividades em altitude exigem aconselhamento para prevenir complicações, como doença descompressiva, mal da altitude ou acidentes.

O que é abordado?

A consulta é estruturada para oferecer uma avaliação completa. Entre os temas abordados, destacam-se:

 

  • História clínica do viajante (doenças crónicas, alergias, cirurgias, medicação habitual, estado vacinal);
  • Tipo de viagem (trabalho, lazer, etc.);
  • Duração e itinerário completo da viagem;
  • Condições de alojamento;
  • Atividades previstas, como contacto com animais, caminhadas na natureza, altitude, mergulho, entre outras. De salientar que animais como macacos, cães, morcegos, gatos, entre outros, se estiverem infetados com raiva, podem transmitir a doença aos humanos através de mordeduras ou arranhões;
  • Riscos epidemiológicos do destino, com atualização sobre doenças endémicas locais, tendo em conta que, frequentemente, surgem novos surtos;
  • Vacinas recomendadas (febre amarela, hepatite A, febre tiroide, raiva, encefalite japonesa, entre outras);
  • Avaliação da necessidade de profilaxia da malária;
  • Medidas preventivas para a picada de insetos;
  • Medidas de higiene alimentar em viagem;
  • Conselhos sobre exposição solar, altitude e mergulho;
  • Farmácia de viagem personalizada;
  • Cuidados durante o voo (risco tromboembólico, jet lag, hidratação, entre outros);
  • Planos para situações de urgência (seguros, evacuação médica, acesso a cuidados de saúde no destino).

Entrevista in Revista Mariana junho 2025