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Desvitalizar um dente: quando e porquê?

publicado em 16 Dez. 2022

A Endodontia é uma área de diferenciação na medicina dentária que serve para salvar dentes das possíveis infeções bacterianas desenvolvidas por cáries, traumatismos e outras situações que atingem a região dos nervos do dente.

 

Os dentes são constituídos por polpa, dentina e esmalte. A polpa dentária é uma região irrigada por vasos sanguíneos e contém nervos, os quais são responsáveis por dar sensibilidade ao “frio e ao quente”. Deste modo, sempre que a polpa dentária é afetada por uma cárie ou algum tipo de traumatismo, é necessário desvitalizar o dente.

 

É importante que esteja atento a sinais de alerta como, por exemplo, dor aguda agressiva, abcessos, sensações agudas no dente provocadas pelas diferenças de temperatura, dor latejante à noite ou durante a mastigação de alimentos.

 

Quando uma cárie dentária atinge a polpa do dente e provoca a conhecida “dor de dentes”, referida muitas vezes como uma dor aguda, é obrigatório desvitalizar o dente.

 

Quando ocorre um traumatismo dentário, que pode ser causado por uma fratura do dente e consequente exposição do nervo, deve-se recorrer à desvitalização não só para remover o tecido pulpar e nervos, mas também para se proceder à reconstrução do dente.

 

Quando existe doença periodontal, também é necessário desvitalizar o dente, na medida em que há uma infeção nos tecidos de suporte do dente, isto é, no osso e na gengiva.

 

Quando uma desvitalização não corre bem, devido a vários fatores, nomeadamente a presença de bactérias persistentes ou recorrentes, quistos radiculares ou desvitalizações com má conduta, é necessário recorrer a uma nova desvitalização, chamada de retratamento endodôntico.

 

A nível técnico a desvitalização consiste na remoção do nervo do interior do dente, onde se realiza uma pequena abertura na coroa do dente de modo a remover os nervos e as bactérias utilizando um conjunto de limas. Associado às limas, usam-se irrigantes, “líquidos” específicos que têm a função de desinfetar e garantir a eliminação das bactérias.

 

Por fim, aplica-se um material para preencher o interior dos canais, que funciona como um substituto dos nervos, e que tem a função de assegurar que ali não voltam a crescer novas bactérias.

 

Todo este procedimento dentário é realizado em duas consultas e sempre acompanhado de isolamento absoluto, que é nada mais do que um dique de borracha “manto azul” que têm o intuito de isolar por completo o dente que está a ser tratado e permitir assim, com 100% de certeza, que o mesmo não é contaminado pela saliva.

 

Concluindo, deve-se desvitalizar um dente sempre que necessário para evitar a perda permanente do dente, pois não existe nada igual aos nossos próprios dentes.