A maioria dos doentes que entram no nosso consultório, de uma maneira ou de outra, apresenta em comum o mesmo sintoma: dor na coluna.
Esta dor pode, ou não, irradiar para os membros superiores ou inferiores e pode, ou não, acarretar alterações da força muscular.
Aqui, falamos de dor no “núcleo” do nosso esqueleto, e isso traz, pelo que vamos observando, desânimo, desmotivação, incapacidade para o trabalho habitual e, consequentemente, redução da qualidade de vida dos doentes.
Enquanto cirurgiões da coluna, o nosso dever é, para além de combater a dor, melhorar a qualidade de vida de forma consistente, sem sequelas ou incómodos. Nesse sentido, temos desenvolvido técnicas avançadas, cirúrgicas ou não, que caminham juntas para esse objetivo.
De uma forma sequencial, da menos para a mais invasiva, o tratamento começa na prescrição medicamentosa e/ou de medidas físicas, podendo bastar com técnicas percutâneas, chegando à cirurgia, mini-invasiva ou clássica.
As técnicas percutâneas (que se fazem através da pele) são menos invasivas que uma cirurgia e melhoram, em muitos casos, substancialmente, a vida dos nossos doentes. Temos como exemplos destes procedimentos a vertebroplastia, a radiofrequência e a quimionucleólise percutâneas, as infiltrações e as epidurais.
Nos outros casos, em que estes não estão indicados ou, quando não conseguimos ter uma melhoria na qualidade de vida e redução das queixas, a cirurgia é a resposta adequada, proporcional e satisfatória que o doente necessita.
Felizmente, com o constante desenvolvimento tecnológico, a cirurgia da coluna evoluiu muito nos últimos 20 anos, sempre com o intuito de otimizar os resultados e minimizar o dano no corpo humano.
A luta constante que temos vindo a desenvolver é a de conseguirmos ter um igual ou melhor resultado com uma incisão manifestamente mais pequena, através de cirurgias chamadas “mini-invasivas”.
Esta que parece pequena, mas foi uma grande mudança, permite hoje resultados estupendos com uma redução da lesão dos tecidos moles à volta da coluna, com menos dor pós-operatória, menos perda sanguínea e menor taxa de infeção, o que leva a uma expedita recuperação e, maioritariamente, alta no próprio dia.
Ainda há um longo, mas persistente, caminho a percorrer, já que, apesar deste constante crescimento e evolução, as indicações para este tipo de cirurgias, as chamadas “mini-invasivas”, não são paralelas a 100% com as ditas clássicas… Mas lá chegaremos!
Esta última, digamos, mais invasiva, ainda é a que permite resolução satisfatória de casos com superior complexidade aos restantes e que afetam vários pontos da coluna vertebral.
Em suma, existem à nossa disposição variadas técnicas que permitem retirar a dor aos pacientes e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos mesmos, mas é necessário fazer uma análise criteriosa do caso para saber qual a técnica adequada para a resolução competente do problema.