Um cigarro tem mais de 7 mil substâncias químicas! Muitas delas são tóxicas, irritativas e cancerígenas. Adicionalmente, a indústria do tabaco utiliza diversas substâncias com efeitos aditivos, com intuito de melhorar a sua aceitabilidade.
Segundo a OMS, todos os produtos do tabaco são nocivos para a saúde, não havendo um limiar seguro de exposição. Logo, fumar afeta praticamente todo o organismo humano, estando na origem das doenças crónicas como o cancro, as doenças cérebro-cardiovasculares, as doenças respiratórias e as doenças metabólicas, como a diabetes mellitus tipo 2, afetando ainda a saúde reprodutiva e a aparência física. O consumo de tabaco contribui também para a diminuição da longevidade. Assim, o tabaco continua a ser um importante problema de saúde pública, porque continua a ser a principal causa de doença e de morte evitável a nível mundial. Em Portugal, contribui para mais de uma em cada dez mortes registadas anualmente.
O tabagismo é mesmo considerado uma perturbação aditiva crónica, causada pela adição à nicotina. O tabagismo pode ser ativo, quando há exposição ao fumo de tabaco fumado pelo próprio, ou passivo, quando há exposição ao fumo de tabaco fumado por outros, seja, por exemplo, em casa, no carro ou em locais públicos. Ambas as exposições são fatores de risco para várias doenças. Nos fumadores que pretendem deixar de fumar, a cessação tabágica deve ser assistida por profissionais de saúde e incluir uma abordagem farmacológica e não farmacológica. A abordagem farmacológica inclui fármacos (como a terapêutica de substituição da nicotina, a vareniclina e o bupropion), enquanto a não farmacológica consiste no suporte comportamental. De uma forma generalista, a terapêutica farmacológica deve ser usada pelo menos durante 3 meses e a extensão para 6 meses aumenta a abstinência a longo prazo. Se a cessação tabágica não for assistida, o fumador pode apresentar sintomas de privação de nicotina, a chamada síndrome de abstinência. Assim, o acompanhamento médico dos fumadores no processo de cessação tabágica é mais bem-sucedido do que se o doente fizer esse processo por si próprio. Todos os fumadores beneficiam em deixar de fumar, independentemente da duração ou intensidade do hábito, ainda mais numa altura em que o Governo propõe alterar a lei do tabaco, prevendo normas mais restritas de proteção ao tabagismo passivo nos espaços públicos.
Os benefícios na cessação tabágica vão aumentando à medida que aumenta o tempo de abstinência e são exemplos a redução da mortalidade, o aumento da esperança média de vida, a diminuição do risco de doenças cardiovasculares, de infeções respiratórias, de doenças respiratórias e de cancro, a redução do risco de infertilidade, a melhoria da função de vários órgãos, da aptidão física e da aparência estética. Atualmente, existem profissionais de saúde experientes na área e fármacos eficazes na cessação tabágica, tornando esse processo mais fácil e com elevada probabilidade de ser bem-sucedido.
Não deixe esta dependência gerir a sua vida – dê um passo em direção a uma vida mais saudável! Comemorou-se, a 26 de setembro, o Dia Europeu do Ex-Fumador. Torne este dia seu também!