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Enxertos ósseos em implantologia oral

publicado em 20 Mar. 2022

implantologia oral evoluiu rapidamente nas últimas décadas, apresentando elevadas taxas de sucesso. No entanto, durante a nossa prática clínica, deparamo-nos com inúmeros desafios biológicos e mecânicos que devem ser contornados.

 

perda dentária precoce, doença periodontal, fraturas dentárias, infeções crónicas, traumatismos ou complicações cirúrgicas podem causar defeitos ósseos com diferentes níveis de extensão e complexidade, que, consequentemente, podem dificultar ou mesmo inviabilizar a reabilitação oral dos nossos doentes.

 

Atualmente, dispomos de procedimentos cirúrgicos regenerativos, como o uso de enxertos ósseos, que promovem a estimulação da neoformação do tecido ósseo, permitindo aumentar a sua altura e espessura, de forma a criar condições ideais para a colocação de um implante dentário com a máxima segurança e estabilidade.

 

Dos vários tipos de enxertos ósseos, podemos destacar:

 

  • Autoenxerto: enxerto ósseo recolhido, do próprio indivíduo, de locais intraorais (ex.: mandibula), para o caso de pequenas reconstruções, sendo este procedimento feito no próprio consultório; ou extraorais (ex.: crista ilíaca), para reconstruções maiores, em que a cirurgia deve ser realizada em bloco operatório. Este tipo de enxerto não apresenta riscos de rejeição, contudo, para além de ser mais doloroso, aumenta o tempo cirúrgico e, consequentemente, o tempo de recuperação;
  • Xenoenxerto: enxerto no qual o dador e o doente são de espécies distintas. Na maioria dos casos, o osso é de origem bovina ou suína. A vantagem dos ossos bovinos mineralizados é que apresentam uma formação muito idêntica ao osso medular humano. No entanto, o risco de rejeição é maior do que o do autoenxerto;
  • Aloenxerto: enxerto colhido de outro indivíduo geneticamente idêntico à espécie do recetor. Temos o exemplo do osso cadavérico;
  • Aloplástico: enxerto com uma origem sintética. Este tem a finalidade de formar uma estrutura física para a cicatrização e crescimento ósseo. A hidroxiapatite é um enxerto aloplástico muito usado em medicina pelas suas propriedades osteocondutoras e bons resultados clínicos a médio e longo prazo.

 

Todos os enxertos ósseos mencionados podem ser misturados com osso autólogo, tornando-se assim mais estáveis ao longo do tempo.

 

A cirurgia para a realização de enxerto ósseo é um procedimento simples e na maioria dos casos apenas com anestesia local. A técnica é uma excelente alternativa para pessoas com estrutura óssea débil, possibilitando a colocação de implantes dentários, de modo a usufruírem dos benefícios de uma prótese fixa mais natural e confortável.