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Fibrose pulmonar

publicado em 19 Fev. 2022

A fibrose pulmonar é uma doença crónica, resultante de um processo de cicatrização anormal, que danifica o tecido pulmonar. Os pulmões tornam-se rígidos, limitando o seu normal funcionamento, dificultando a respiração e levando a falta progressiva de ar.

 

O desenvolvimento de fibrose pulmonar pode ter múltiplas razões. A exposição inalatória, ambiental ou profissional, a partículas minerais, metais, aves, fungos, assim como doenças do foro reumatológico, como a artrite reumatoide ou a esclerose sistémica, são possíveis causas da doença. Quando não existe motivo identificável, a doença denomina-se fibrose pulmonar idiopática, sendo mais frequente em pessoas com mais de 50 anos, com história tabágica ou de inalação de agentes tóxicos a nível profissional.

 

Os sintomas mais comuns da fibrose pulmonar incluem a falta de ar com o esforço, tosse irritativa persistente, fadiga, perda de peso, dores articulares. A falta de ar com o esforço e a tosse são comuns a outras doenças conhecidas e prevalentes na população, como a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e a insuficiência cardíaca, pelo que, se essas patologias não estiverem presentes, a suspeita de fibrose pulmonar deverá ser equacionada. A evolução da doença e a intensidade dos sintomas podem ser imprevisíveis; no entanto, o agravamento de sintomas ao longo do tempo, com maior ou menor rapidez, é a história natural da doença.

 

O diagnóstico desta condição passa pela avaliação com história clínica, exame físico (no qual a auscultação pulmonar é fundamental para suspeitar desta patologia), acabando por ser a Tomografia Computadorizada (TC) de alta resolução um método de diagnóstico importante inicialmente, que nos permite identificar a presença de fibrose pulmonar, assim como avaliar a sua extensão.

 

O impacto funcional respiratório desta doença é aferido através de provas funcionais respiratórias, obtidas por manobras simples de expiração e inspiração forçadas. Estas permitem uma quantificação objetiva do grau de limitação respiratório imposto por esta doença, sendo informação crucial não só na altura do diagnóstico, mas também na evolução ao longo
do tempo.

 

Dependendo de caso a caso, outros exames poderão ser apropriados, como a broncofibroscopia, exames laboratoriais e eventualmente biópsia pulmonar em casos selecionados.

 

O tratamento farmacológico da doença depende de um conjunto de fatores, nomeadamente a identificação ou não de uma causa subjacente, presença de doenças reumatológicas, exposição ambiental ou ocupacional e deverá ser avaliado caso a caso, em muitas situações de forma multidisciplinar, com outras especialidades médicas. Intervenções não farmacológicas como a reabilitação respiratória e a cessação tabágica são igualmente de grande importância.