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Hemorragia uterina: quando se torna anómala?

publicado em 24 Set. 2022

“Portanto, sempre que ocorrer uma hemorragia menstrual irregular, abundante e/ou prolongada, uma hemorragia não menstrual (após as relações sexuais, intermenstrual) ou uma hemorragia uterina na menopausa deve ser agendada uma consulta de Ginecologia para estudo e orientação clínica.”

A hemorragia uterina anómala (HUA) consiste numa perda de sangue com origem no útero em que a duração, o volume, a frequência e/ou a regularidade difere do padrão normal do ciclo menstrual.

O que é considerado normal quando se menstrua?

Hemorragia menstrual normal

Regularidade Variações de ciclo para ciclo, normal ≤ 9 dias
Volume 5-80 ml
Frequência Entre os 24 e 38 dias
Duração ≤ 8 dias

 

A hemorragia uterina anómala inclui, também, as hemorragias fora da idade reprodutiva, ou seja, antes dos nove anos de idade e aquelas que ocorrem na menopausa.

 

As hemorragias uterinas são responsáveis por 30% das consultas de Ginecologia em mulheres na idade reprodutiva e por mais de 70% na peri e pós-menopausa.

 

Na consulta de Ginecologia, para além da história clínica detalhada e do exame físico cuidado, é de extrema importância realizar uma ecografia transvaginal, pois é o exame de primeira linha para identificar e caracterizar as alterações do útero que possam estar a causar as hemorragias.

Quais as causas da hemorragia uterina anómala?

Simplificando, estas podem ser divididas em dois grupos:

  • Estruturais, ou seja, quando existe doença do útero, por exemplo, pólipos, miomas, tumores benignos ou malignos;
  • Não estruturais, quando a causa da hemorragia é, por exemplo, uma coagulopatia (doença do sangue), disfunção da ovulação (síndrome do ovário poliquístico, obesidade, aumento da prolactina, entre outros), disfunção endometrial (inflamação ou infeção do útero), ou iatrogénica (medicamentos, por exemplo, os anticoagulantes).

 

Em certas situações de maior risco de cancro do endométrio (hemorragia na menopausa, hemorragia abundante ou prolongada em mulheres com > 45 anos, obesas, diabéticas, anovulação crónica) e sempre que na ecografia se suspeitar de patologia endometrial é necessário programar uma histeroscopia. A histeroscopia é o exame de eleição para avaliar o interior do útero e é um procedimento simples, sem incisões, que pode ser realizado com anestesia geral para maior conforto da doente, principalmente, quando são previsíveis biopsias endometriais, remoção de pólipos e/ou miomas.

 

A opção em termos de tratamento perante uma hemorragia uterina anómala vai depender da causa da hemorragia e pode passar pelo tratamento médico (uso de pílulas, dispositivo intrauterino, anti-inflamatórios) ou cirúrgico (remoção pólipo/mioma, ou mesmo, remoção do útero).

 

Portanto, sempre que ocorrer uma hemorragia menstrual irregular, abundante e/ou prolongada, uma hemorragia não menstrual (após as relações sexuais, intermenstrual) ou uma hemorragia uterina na menopausa deve ser agendada uma consulta de Ginecologia para estudo e orientação clínica.

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