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Infeção por Helicobacter pylori: importância do diagnóstico e tratamento

publicado em 12 Abr. 2023

A bactéria Helicobacter pylori coloniza e infeta o estômago e duodeno (primeira parte do intestino delgado), levando ao aparecimento de inflamação crónica da mucosa que reveste o estômago (gastrite) e/ou do duodeno (duodenite), tornando-os mais vulneráveis ao dano induzido pelos sucos digestivos.

 

Esta infeção atinge aproximadamente metade da população mundial e transmite-se através do consumo de alimentos e água contaminados, com este microrganismo.

 

Nos países desenvolvidos a infeção por Helicobacter pylori é pouco comum durante a infância, tornando-se significativamente mais prevalente na idade adulta. O contrário observa-se em países em desenvolvimento, onde a maior parte das crianças é infetada antes dos 10 anos de idade.

Sintomas

A maioria dos indivíduos com gastrite/duodenite crónica por Helicobacter pylori não apresenta quaisquer sintomas. No entanto, até 10% desenvolverão úlceras gástricas ou duodenais e, mais raramente, cancro do estômago (adenocarcinoma ou linfoma).

 

Os sintomas que mais frequentemente podem surgir são: dor/desconforto epigástrico, saciedade precoce (após ingestão de pequena porção de alimentos), perda de apetite, fezes escuras (devido a hemorragia digestiva e presença de sangue digerido) e cansaço (decorrente de anemia que possa surgir).

Diagnóstico

Existem vários métodos confiáveis para diagnóstico da infeção por Helicobacter pylori:

  • Testes respiratórios: necessitam que o doente ingira uma solução específica que contém uma substância que é metabolizada pela bactéria, sendo este produto detetável na respiração;
  • Testes fecais: detetam proteínas da bactéria nas fezes;
  • Serologia: análise sanguínea que permite a deteção de anticorpos específicos da bactéria, no entanto incapaz de distinguir entre infeção passada e ativa;
  • Testes endoscópicos: a endoscopia digestiva alta permite o diagnóstico através de um de três métodos: (1) teste da urease, efetuado diretamente no material de biópsia à cabeceira do doente; (2) biópsia; (3) cultura da bactéria em laboratório.

 

Deverão ser testados os indivíduos sintomáticos e aqueles que apresentem úlceras gástricas/duodenais. Deve igualmente testar-se indivíduos assintomáticos com antecedentes de tumores do estômago, úlceras gástricas / duodenais ou com história familiar de tumores do estômago (familiares diretos).

Tratamento

O tratamento bem-sucedido da infeção por Helicobacter pylori pode ajudar na cicatrização das úlceras e prevenção do seu reaparecimento, bem como na redução do risco de complicações associados às úlceras (p.e. hemorragia digestiva).

 

O esquema de erradicação desta infeção emprega vários fármacos e é definido pelo médico, caso a caso, sendo administrado por um período habitual de 10 a 14 dias.

 

Depois do tratamento finalizado, devemos confirmar que a bactéria foi eficazmente erradicada, utilizando-se um dos testes previamente descritos para o diagnóstico da infeção (à exceção do teste serológico). Estes testes só deverão ser aplicados após 30 dias do término do esquema de erradicação e na ausência de fármacos “protetores do estômago” (p.e. omeprazol e outros congéneres), já que a sua toma poderá condicionar o aparecimento de resultados falsos negativos.

 

O Trofa Saúde Braga Sul dispõe de todos os exames complementares para diagnóstico e confirmação da erradicação da Helicobacter pylori, bem como de consultas médicas adequadas para seguimento de doentes com esta infeção, tratamento das suas complicações e rastreio de indivíduos de alto risco para cancro do estômago.