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Micoses e época balnear

publicado em 25 Jul. 2021

As micoses cutâneas mais frequentes são a candidíase, a pitiríase versicolor e as dermatofitoses

O aparecimento do tempo quente convida ao uso de roupas mais frescas e a uma procura preferencial de praias e piscinas levando, por isso, a uma maior exposição da superfície corporal. É precisamente durante a época balnear que a procura do dermatologista aumenta muito, no que diz respeito ao rastreio de cancro de pele e ao tratamento de várias patologias cutâneas com elevada repercussão estética. Dentro destas, as micoses cutâneas têm uma prevalência muito elevada na consulta de dermatologia.

 

As micoses cutâneas mais frequentes são a candidíase, a pitiríase versicolor e as dermatofitoses, comummente designadas de infeções fúngicas cutâneas superficiais. Os agentes patogénicos responsáveis pelas micoses chamam-se fungos e os ambientes quentes e húmidos funcionam de forma transversal como impulsionadores do seu crescimento. Desta forma, depreende-se que todos os cuidados que visam evitar os ambientes quentes e húmidos e a transpiração corporal excessiva auxiliam na prevenção destas infeções. Aconselha-se, portanto, a implementação de hábitos como a utilização de chinelos nos acessos às piscinas, nos chuveiros e nos vestiários, utilização de roupa de algodão (preferencialmente larga), secagem cuidadosa do corpo após o banho e uso de calçado fresco que minimize a transpiração dos pés.

 

É muito importante referir que as micoses são, na sua maioria, contagiosas. Desta forma aconselha-se que se evite o contacto físico direto com doentes, assim como a partilha de objetos de uso pessoal, tais como escovas de cabelo, máquinas de barbear, escovas de dentes, roupas, toalhas, chinelos e outros tipos de calçado.

 

A candidíase atinge sobretudo as áreas da boca, genitais, pregas e unhas, sendo provocada quase sempre pelo fungo Candida albicans.

 

Por outro lado, as dermatofitoses, provocadas pelos fungos Microsporum, Epidermophyton e Trichophyton, são muitas vezes apelidadas de “tinhas”. Podem envolver qualquer área cutânea, cabelos e unhas e adquirem muitas vezes o aspeto anelar cutâneo característico da chamada impingem.

 

Já a pitiríase versicolor é uma micose provocada por um fungo comensal da pele, o Pityrosporum ovale que se torna patogénico e atinge preferencialmente o tronco sob a forma de múltiplas manchas mais claras e/ou mais escuras que a pele circundante. Esta micose é frequentemente denominada de “micose da praia”, uma vez que o fungo responsável impede que a pele infetada escureça com a exposição solar, destacando-a assim sob a forma de manchas brancas que surgem na pele normal bronzeada, dando a impressão da micose ter sido provocada pela exposição solar.

 

Todas estas formas de micoses podem ser tratadas com medicamentos antifúngicos tópicos e/ou orais, conforme a gravidade do quadro clínico e a existência de patologias subjacentes do doente.

 

Por último, a micose das unhas, também designada de onicomicose, requer um tratamento prolongado, de vários meses, pelo que se aconselha um tratamento precoce e atempado. São frequentemente detetadas alterações da cor, textura, espessura ou dureza da unha.

 

Recomenda-se o seguimento das medidas de prevenção acima descritas e, em caso de suspeita, procure a ajuda de um médico dermatologista.