Hoje, dia 17 de fevereiro, assinala-se o Dia Mundial da Motricidade Orofacial, e como tal vamos desmistificar o significado desta grande palavra.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Terapia da Fala, a Motricidade Orofacial é uma das áreas de intervenção do Terapeuta da Fala, que consiste no “estudo, habilitação e a reabilitação dos aspetos estruturais e funcionais, das regiões orofaciais e cervicais. O crescimento e desenvolvimento da face e das estruturas do sistema estomatognático não dependem apenas de fatores genéticos, mas também de estímulos externos que estão inseridos nas funções deste sistema: respiração, sucção, mastigação, deglutição, fala, mímica facial, entre outras.”
Neste sentido, a atividade profissional de um terapeuta da fala não se restringe apenas ao acompanhamento de crianças ou adultos com problemas de fala, mas, quando existe necessidade, também desempenha um papel fundamental nos primeiros dias de vida do bebé recém-nascido, nomeadamente em problemas ao nível da alimentação.
A intervenção do terapeuta da fala em Neonatologia é ainda pouco conhecida em Portugal, contudo intervém sempre que existam alterações na função da sucção e deglutição, tanto em bebés prematuros como em bebés de termo, sendo que os bebés prematuros que são ou foram alimentados por sonda apresentam um maior risco de disfunções orais pela experiência sensório motora oral ser reduzida.
No entanto, a sua atuação é de extrema importância para que estas alterações sejam devidamente identificadas e intervencionadas, para prevenir dificuldades no futuro. Alguns desses problemas manifestam-se em dificuldades concretas na amamentação, tanto para o bebé como para a mãe:
- nascimento prematuro;
- alterações nas estruturas orofaciais (suspeita de freio lingual curto, alterações no palato, etc);
- falta de coordenação na tríade das funções sucção-respiração-deglutição
- quando a sucção é fraca/ineficiente;
- dificuldades na pega da mama;
- perda de peso/baixo ganho ponderal;
- bebés que se cansam facilmente no momento da alimentação, etc…
Em suma, o papel do terapeuta da fala passa por restabelecer as funções orais do bebé e promover a eficácia na amamentação, partindo do princípio que esta traz inúmeros benefícios, não só a nível do sistema imunitário e gastrointestinal, como também no desenvolvimento craniofacial do bebé.
