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Porque devo tratar os dentes de leite do meu filho?

publicado em 15 Mar. 2024

A dentição primária é composta por um total de 20 dentes decíduos e está totalmente estabelecida por volta dos 3 anos de idade. Os dentes decíduos, vulgarmente conhecidos como dentes de leite, são progressivamente substituídos pelos dentes permanentes desde os 6 anos até aos 13 anos de idade da criança.

Mas afinal porque devemos tratar estes dentes se eles vão cair de qualquer das formas?

Devido ao seu caráter temporário, é comum achar-se que não há relevância no seu tratamento apesar da sua fulcral importância de permitir à criança executar as principais funções que contribuem para o normal desenvolvimento da face.

 

Perturbações nas funções básicas como a fala, a mastigação, a deglutição e a respiração traduzem-se em alterações anatómicas, alterações na qualidade do sono, na alimentação e na postura corporal, no desenvolvimento e rendimento escolar e ainda contribuem para um aumento do risco de desenvolver infeções virais e bacterianas.

 

A cárie dentária é a doença crónica mais frequente na infância e uma criança com várias lesões de cárie nos dentes decíduos será provavelmente um adulto com múltiplas lesões de cárie e restaurações nos dentes permanentes. Sabe-se ainda que as doenças orais partilham fatores de risco com outras 4 doenças crónicas importantes, sendo elas as doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, diabetes e cancro.

 

Devido às suas características físicas, químicas e funcionais, os dentes decíduos estão mais suscetíveis a desenvolver lesões de cárie que progridem mais rapidamente, em comparação com os dentes permanentes. A perda precoce dos dentes decíduos também pode originar problemas na dentição permanente que se sucede uma vez que estes funcionam como um ‘’guia’’ importante para que os dentes permanentes sejam orientados na sua direção correta de erupção. Além disso, sabe-se que há relação entre trauma ou infeção nos dentes decíduos e problemas consequentes nos dentes definitivos.

 

A prevenção deve começar com a monitorização da saúde oral da mãe, uma vez que está comprovado que filhos de mães com lesões de cárie ativas têm maior probabilidade de também desenvolver a doença. É ainda durante a infância que se implementam hábitos saudáveis que a criança levará para toda a vida e, portanto, é importante que se aconselhe sobre hábitos de higiene oral, alimentação, uso de chupeta e biberão e ainda sobre os tratamentos preventivos passíveis de serem realizados na consulta de odontopediatria.

 

Por todas as razões apresentadas, a primeira visita da criança ao consultório dentário deve ser realizada ainda durante o primeiro ano de vida e é importante procurar um profissional capacitado para atender crianças.

 

A prevenção é a melhor cura.